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Com pandemia, Olimpíada de Tóquio não terá turistas estrangeiros

Organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio anunciaram que espectadores estrangeiros serão proibidos de visitar o país para assistir à competição. Medida pretende reduzir o risco sanitário em razão da pandemia de covid-19

Organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio decidiram barrar a visita de turistas estrangeiros durante a competição (Kyodo News/Getty Images)

Organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio decidiram barrar a visita de turistas estrangeiros durante a competição (Kyodo News/Getty Images)

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AFP

Publicado em 20 de março de 2021 às 10h48.

Última atualização em 20 de março de 2021 às 10h52.

Torcedores de outros países não poderão assistir aos Jogos Olímpicos de Tóquio, que acontecem este ano entre 23 de julho e 8 de agosto, devido aos riscos sanitários ligados à covid-19, anunciaram neste sábado (20) os organizadores.

"Tomando como base a situação atual da pandemia, é altamente improvável que a entrada no Japão esteja garantida neste verão (no hemisfério norte) para pessoas procedentes de países estrangeiros", explicaram os organizadores em um comunicado.

"A fim de esclarecer a situação para aqueles que compraram ingressos e que moram no exterior e permitir que possam ajustar seus planos de viagem neste momento, as partes do lado japonês concluíram que essas pessoas não poderão entrar no Japão durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos", acrescentaram.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Paraolímpico Internacional (CPI) "respeitam e aceitam plenamente essa conclusão", ressaltaram ainda, indicando que os detalhes da devolução do dinheiro dos ingressos já adquiridos serão informados em breve.

O comunicado foi divulgado ao final de uma reunião online entre cinco partes relacionadas aos Jogos: o comitê organizador, a cidade de Tóquio, o governo japonês, o COI e o CPI.

O presidente do COI, o alemão Thomas Bach, deu a entender a decisão já no início da reunião, alertando que "decisões difíceis" seriam necessárias para fortalecer a segurança das Olimpíadas.

"Nossa primeira prioridade foi, é e será a segurança de todos os participantes e do povo japonês", acrescentou Bach, lembrando os "sacrifícios da parte de todos".

Decisão esperada

A decisão já era esperada, com vazamentos sugerindo que os organizadores acreditavam que a proibição de entrada de visitantes estrangeiros seria a única opção.

O COI havia previsto exceções para certos convidados estrangeiros, mas as regras provavelmente serão rígidas.

A chefe do comitê organizador dos Jogos de Tóquio, Seiko Hashimoto, admitiu que será "difícil" até mesmo para as famílias dos atletas que participarem.

Essa proibição é um fato histórico. "Nunca aconteceu de espectadores estrangeiros serem proibidos de entrar no país-sede dos Jogos, nem mesmo durante a gripe espanhola nos Jogos de 1920", lembrou Jean-Loup Chappelet, professor emérito da Universidade de Lausanne (Suíça) e especialista em Olimpíadas.

Agora, o quebra-cabeça será devolver o dinheiro pelos centenas de milhares de ingressos vendidos fora do Japão, quando o orçamento para Tóquio-2020 já ultrapassa 15 bilhões de dólares, um recorde para o evento.

Os organizadores terão que decidir ainda quantos espectadores locais poderão assistir às provas.

Inicialmente, sugeriram que abordariam este assunto por volta de abril, mas Thomas Bach afirmou que a decisão possivelmente será adiada para uma data próxima ao dia da abertura, 23 de julho.

Outras medidas draconianas contra a covid-19 estão previstas para garantir um "ambiente seguro" nos Jogos de Tóquio, que foram adiados no ano passado devido à pandemia.

Vacinação de atletas

A vacinação dos participantes não será obrigatória, mas o COI a incentiva. Os "Jogos da pandemia" favorecerão as redes de televisão, cujos direitos de transmissão são cruciais para as finanças do COI.

No ano passado, os organizadores queriam fazer desses Jogos uma celebração da "vitória da humanidade sobre o vírus".

Mas seu discurso mudou radicalmente nas últimas semanas, insistindo agora na "ansiedade" dos japoneses e na "prioridade" de sua segurança.

O Japão, até agora, controlou a crise de saúde melhor do que outros países, mas registrou um ressurgimento de infecções entre novembro e o final de janeiro, obrigando o governo a reimpor temporariamente o estado de emergência em grande parte do país, incluindo Tóquio.

O governo japonês lançou em fevereiro sua campanha de vacinação, mas por enquanto diz respeito apenas ao pessoal da saúde. A maior parte da população do país não será vacinada antes dos Jogos.

Há vários meses, a opinião pública japonesa tem sido esmagadoramente hostil aos Jogos deste ano, preferindo um novo adiamento ou cancelamento.

E uma pesquisa publicada no dia 8 de março pelo jornal Yomiuri revelou que apenas 18% dos japoneses eram a favor da vinda de torcedores estrangeiros aos Jogos.

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