Seleção Brasileira: nesta sexta-feira, time enfrentará a Bélgica em Kazan às 15h00, horário de Brasília (Toru Hanai/Reuters)
AFP
Publicado em 5 de julho de 2018 às 17h37.
Última atualização em 5 de julho de 2018 às 17h38.
Com todo o elenco recuperado de lesões, o Brasil de Neymar terá um duro desafio contra a talentosa "Geração Dourada" da Bélgica, liderada por Eden Hazard, por uma vaga nas semifinais da Copa do Mundo da Rússia, nesta sexta-feira em Kazan.
Após um início de Copa do Mundo em que deixou a desejar, com um empate com a Suíça (1-1) e uma suada vitória sobre a Costa Rica (2-0), o Brasil voltou a mostrar seu futebol diante da Sérvia (2-0) e comprovou o crescimento na competição com um triunfo de autoridade sobre o México (2-0), nas oitavas de final.
E esse bom momento que a Seleção atravessa também se reflete na saúde dos jogadores.
Depois de sofrer com os desfalques de Marcelo, Danilo, Fred e Douglas Costa e com as dores no tornozelo que incomodaram Neymar na primeira fase, o técnico Tite terá praticamente todo o elenco à disposição para encarar a perigosa Bélgica, outra favorita ao título.
Marcelo, uma das referências técnicas da Seleção, voltará à lateral esquerda do time no lugar de Filipe Luís, depois de ficar na reserva contra os mexicanos devido a um espasmo nas costas.
Já Douglas Costa, ausente dos últimos dois jogos por causa de uma lesão na coxa direita, será opção importante de velocidade para o segundo tempo.
O único contratempo para Tite será a ausência de um de seus pilares, o volante Casemiro, que cumprirá suspensão automática por acúmulo de cartões. A vaga do jogador do Real Madrid ficará com Fernandinho.
No ataque, as atenções seguirão focadas em Neymar.
Não por acaso, a melhora no rendimento do Brasil na Copa do Mundo da Rússia parece andar de mãos dadas com o crescimento de Neymar na competição.
O excesso de individualidade e nervosismo do início do Mundial deram lugar a um Neymar mais coletivo e centrado, culminando numa grande atuação contra o México, contra quem o craque do PSG anotou um gol e deu uma assistência, sendo eleito o melhor jogador em campo.
Contra a Bélgica, Neymar poderá contar novamente com os parceiros de ataque Willian, Coutinho e Gabriel Jesus, que, apesar da seca de gols na Rússia e da sombra de Firmino no banco de reservas, segue como centroavante da equipe graças ao importante trabalho tático que realiza em campo.
"O poder criativo da Bélgica é muito forte, a qualidade, vai ser um grande jogo. São duas equipes que primam por um futebol bonito, cada um com suas características. A Bélgica tem valores individuais de qualidade, um grande técnico, uma grande campanha. Vai ser um grande jogo", analisou Tite nesta quinta-feira.
Do outro lado do campo estará uma equipe que, em muitos aspectos, se assemelha à Seleção: um time habilidoso e ofensivo, repleto de estrelas que atuam nos maiores clubes europeus e liderado por uma camisa 10 que está entre os melhores jogadores do mundo.
Mas, enquanto o Brasil sofre com a responsabilidade de colocar uma sexta estrela no peito, a Bélgica e sua "Geração Dourada" é pressionada para levar o país a sua primeira final. Com uma vitória sobre Neymar e companhia, os Diabos Vermelhos igualariam sua melhor campanha na história (semifinais em 1986).
Nesta Copa do Mundo, a Bélgica já mostrou todo seu potencial. Com 12 gols marcados, é o melhor ataque da competição e a vitória de virada por 3 a 2 sobre o Japão, nas quartas de final, aponta para um time cascudo capaz de lidar com adversidades.
Por outro lado, a equipe do técnico espanhol Roberto Martínez, invicta há 23 jogos, vem sofrendo defensivamente, como comprovam os gols sofridos nas vitórias sobre a fraca Tunísia (5-2), na fase de grupos, e diante do inferior Japão.
Números que assustam quando se tem como próximo adversário o "melhor time do mundo", como definiu o próprio Martínez.
Para tentar minimizar os riscos defensivos contra os habilidosos atacantes brasileiros, o técnico da Bélgica deverá tomar medidas para se precaver, possivelmente tirando da equipe o meia-atacante Dries Mertens para a entrada de um volante mais marcador como Fellaini, liberando ao mesmo tempo Kevin De Bruyne, maestro do meio de campo.
"Temos jogadores de muita qualidade, tanta qualidade quanto o Brasil, mas a diferença é que nunca vencemos nada. Eles sabem o que é ganhar uma Copa, são os que mais ganharam", disse o Martínez nesta quinta-feira.
Na frente, todas as fichas estão depositadas no centroavante Romelu Lukaku, vice-artilheiro da Copa do Mundo da Rússia com 4 gols marcados.
Brasil e Bélgica se enfrentaram apenas uma vez em Copas do Mundo: nas oitavas de final do Mundial da Coreia do Sul e Japão, em 2002, a Seleção venceu por 2 a 0, com gols de Rivaldo e Ronaldo.
Nesta sexta-feira, as duas seleções se enfrentarão em Kazan às 15h00, horário de Brasília. A partida será apitada pelo trio sérvio formado pelo árbitro Milorad Mazic e os auxiliares Milovan Ristic e Dali Djurdjevic.
Brasil: Alisson, Fagner, Thiago Silva, Miranda, Marcelo; Fernandinho; Paulinho, Willian, Coutinho, Neymar; Gabirel Jesus.
Técnico: Tite (BRA)
Bélgica: Courtois; Alderweireld, Kompany, Vertonghen; Meunier, Fellaini, Witsel, Carrasco; De Bruyne, Hazard; Lukaku.
Técnico: Roberto Martínez (ESP)