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Com alguns desfiles "normais", Paris Fashion Week está de volta

Seis das 72 grifes apresentarão suas coleções em desfiles presenciais, alimentando as esperanças de um retorno das semanas de moda à "vida normal"; algumas marcas veem o evento como obsoleto

Desfile da Dior: coleção de outono/inverno masculina 2021 foi apresentada em Paris, em janeiro de 2020 (Charles Platiau/Reuters)

Desfile da Dior: coleção de outono/inverno masculina 2021 foi apresentada em Paris, em janeiro de 2020 (Charles Platiau/Reuters)

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GabrielJusto

Publicado em 22 de junho de 2021 às 06h45.

Última atualização em 22 de junho de 2021 às 08h51.

Depois de um ano pandêmico, que obrigou as semanas de moda a se restringirem ao mundo digital, nesta terça-feira (22) acontecem os primeiros desfiles da Paris Fashion Week Primavera-Verão 2022. Com o avanço da vacinação, desta vez algumas marcas poderão exibir suas coleções em um desfile físico e ao vivo, com presença de público - mas não todas.

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Das 72 marcas presentes na edição masculina o evento, que vai até domingo (27), apenas seis farão desfiles tradicionais: Dior Homme, Hermès, LGN, Officine Générale, Casablanca e Bluemarble. Todas as outras grifes farão desfiles online, algumas inclusive por conta própria, fora da Fashion Week, como Givenchy, Comme des Garçons e Balenciaga, que transmitem suas novidades no sábado seguinte (3).

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Também fora do calendário oficial, a Jacquemus deve apresentar um desfile na próxima semana nos arredores da capital parisiense, cujos looks estarão disponíveis para compra logo após o evento. A ideia, segundo a marca, é manter a energia entre a apresentação e a disponibilidade dos produtos ao público.

"Para nós, essa forma de fazer as coisas parece mais relevante, mais realista", disse a Jacquemus em nota, informando ainda que pretende se tornar menos sazonal. "Nosso show dará à marca a chance de começar uma transição para uma abordagem mais adaptável, flexível e moderna."

As semanas de moda ficaram obsoletas?

A opção da Jacquemus, de se comunicar com o público fora do calendário oficial das semanas de moda, reflete um pensamento que ganhou força em boa parte da indústria, principalmente após a pandemia. Em um mundo que precisa ser cada vez mais sustentável, muitas marcas e designers veem os eventos como obsoletos.

"Hoje em dia, criar um senso de evento e raridade parece mais essencial do que um exercício obrigatório em um horário fixo", disse à AFP Hedi Slimane, designer-chefe da Celine, antes mesmo da chegada da pandemia. A últimas duas coleções de Slimane, lançadas em fevereiro e abril, foram apresentadas em "fashion filmes" filmados em castelos.

Assim como a Jacquemus, a marca brasileira Neith Nyer, que estreou na Paris Fashion Week em 2015, já não vê mais sentido em desfilar no evento. Neste ano, a marca terá seu próprio desfile, cujas peças serão vendidas em uma pop-up store de quatro dias, "testando a reação dos clientes".

"Eu não acho que nós realmente precisamos desse calendário", disse o brasileiro Francisco Terra, da Neith Nyer, à AFP. “A imagem de uma marca jovem é feita no Instagram, com celebridades e acima de tudo fora das temporadas”.

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