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Clooney critica Hollywood por não reagir a ciberataque

O ator criticou a indústria do cinema de Hollywood por não ter enfrentado ameaças online que forçaram a Sony a cancelar estreia de comédia


	George Clooney: ator disse que seus colegas não quiseram assinar petição que ele fez em apoio à comédia
 (Alessandro Bianchi/Reuters)

George Clooney: ator disse que seus colegas não quiseram assinar petição que ele fez em apoio à comédia (Alessandro Bianchi/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2014 às 15h13.

Los Angeles - O ator George Clooney criticou a indústria do cinema de Hollywood por não ter enfrentado as ameaças online que forçaram a Sony Pictures a cancelar a estreia do filme "A Entrevista".

O ator americano, uma das figuras mais influentes da indústria cinematográfica, disse em uma entrevista que seus colegas não quiseram assinar uma petição que ele fez em apoio à comédia, cuja estreia prevista para esse Natal foi adiada por críticas dos simpatizantes do governo da Coreia do Norte.

Segundo o ator ninguém teve coragem de assinar a carta pública, por medo de serem vítimas de um ciberataque como o que atingiu a Sony.

"Era muita gente. Enviei (a carta) basicamente para todos os figurões de cada lugar", disse Clooney em uma entrevista publicada nesta sexta-feira pelo site de entretenimento "Deadline".

A petição de Clooney acusa o "assustador e devastador" ciberataque que revelou centenas de e-mails, dados pessoais e até roteiros não realizados.

No entanto, "não se trata somente de um ataque à Sony. É algo que envolve todos os estúdios, toda a mídia, todos os negócios e todos os indivíduos desse país", escreveu Clooney em sua petição, publicada pelo Deadline.

"Sabemos que se nos rendermos a esses criminosos agora, abriremos uma porta para qualquer outro grupo que ameace a liberdade de expressão, a privacidade e a liberdade pessoal", acrescentou, pedindo que Hollywood "faça uma frente comum".

"A Entrevista" é uma comédia de situação protagonizada por James Franco e Seth Rogen sobre um complô orquestrado pela CIA para matar o líder norte-coreano Kim Jong-un.

A data prevista de estreia era 25 de dezembro nos Estados Unidos, mas a Sony Pictures cancelou seu lançamento logo depois que os "hackers", que teriam causado um grande problema para a Sony Pictures após divulgar e-mails muito vergonhosos, lançaram graves ameaças a quem fosse assistir o filme.

Clooney criticou a decisões de retirar o filme dos cinemas.

"Alguém ameaça explodir edifícios e de repente todos temos que nos curvar", disse na entrevista ao Deadline.

"A Sony (...) retirou os filmes porque as salas de cinema disseram que não iriam exibir. Disseram isso porque falaram com seus advogados e eles informaram que se alguém morrer em um ataque os donos das salas de cinema seriam os responsáveis", acrescentou.

Clooney disse que o ciberataque e a tímida reação de Hollywood são um perigoso precedente que afeta não só o cinema, mas os negócios em geral.

"O que acontece se na redação de um jornal se decide publicar uma história e um país ou um indivíduo decide que não gosta disso?", disse Clooney. "Esta é uma comédia boba, mas agora fala de muito mais. Temos a responsabilidade de enfrentar juntos a isso".

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