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Cine Belas Artes abre sua lista de filmes online

A boa surpresa é que estarão disponíveis muitos outros filmes, centenas. Clássicos, cults. Mas, grátis, só até dia 15, guarde a data

Belas Artes: com seu cinema fechado, a distribuidora apostou no virtual (Divulgação Cinema Belas Artes/Divulgação)

Belas Artes: com seu cinema fechado, a distribuidora apostou no virtual (Divulgação Cinema Belas Artes/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de abril de 2020 às 14h17.

É um dos filmes mais cultuados de Luchino Visconti, Morte em Veneza. A adaptação do romance de Thomas Mann se passa em Veneza assolada pela cólera. Aschenbach, o personagem interpretado por Dirk Bogarde, é um esteta, um compositor. Identifica um ideal de beleza no garoto andrógino, Tadzio.

Persegue-o pelos canais venezianos, sem ligar muito para os cartazes afixados nas portas das casas e que alertam para o risco de pandemia. Contamina-se, e a sua patética tentativa de rejuvenescimento - a pintura do cabelo - escorre pelo rosto, expondo a decadência.

Morte em Veneza é de 1971. Recebeu o prêmio do 25º aniversário no Festival de Cannes, no mesmo ano em que a Palma de Ouro foi atribuída a O Mensageiro, de Joseph Losey. Na época, Losey e Visconti tentavam adaptar a obra monumental de Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido. Terminaram inviabilizando o projeto um do outro, mas os dois filmes, pelo brilho na reconstituição do tempo passado, fazem sonhar com o que foi irremediavelmente perdido.

 

Pelo esplendor audiovisual - fotografia de Pasqualino De Santis, direção de arte de Ferdinando Scarfiotti, figurinos de Mário Tosi e trilha de Gustav Mahler -, Morte em Veneza é um grande Visconti, mas não é uma unanimidade. Há um culto ao filme, e as plateias LGBTQ+ o adoram. Não é difícil adivinhar por quê. O ideal estético do artista dentro do filme carrega uma confissão de homossexualidade, que o próprio Visconti, homossexual assumido, identifica com destruição e morte.

Como dizia o diretor, que nasceu aristocrata, mas se orientou para posições políticas de esquerda, “prefiro contar as derrotas, descrever as almas solitárias e os destinos destroçados pela realidade. Descrevo personagens cuja história conheço bem. Pode ser que cada um de meus filmes esconda outro, meu verdadeiro filme, nunca realizado, sobre os Visconti de ontem e hoje”.

Por que, a essa altura, quase 50 anos depois, voltar a Morte em Veneza? O tema da contaminação (e da peste) tem tudo a ver com o momento atual de pandemia e isolamento. Mas tem mais. Morte em Veneza integra a carteira da Pandora, que a distribuidora Belas Artes está disponibilizando, de graça, no seu programa A La Carte. Um presente de Páscoa para os cinéfilos de carteirinha, que só precisarão acessar o site www.belasartesalacarte. com.br, clicando em Acesse (e preenchendo os dados). A boa surpresa é que estarão disponíveis muitos outros filmes, centenas. Clássicos, cults. Mas, grátis, só até dia 15, guarde a data.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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