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China ainda tenta encontrar solução para bicicletas abandonadas

A febre do compartilhamento de bicicletas no país atraiu bilhões de dólares de investidores e depósitos de clientes que startups torraram com bikes

Mobike transformou a borracha de pneus velhos na superfície de uma pista de corrida  (Divulgação/Divulgação)

Mobike transformou a borracha de pneus velhos na superfície de uma pista de corrida (Divulgação/Divulgação)

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Daniel Salles

Publicado em 20 de setembro de 2020 às 06h19.

Lembram das montanhas coloridas de metal na China depois que a bolha do compartilhamento de bicicletas estourou em 2017? Já se perguntaram o que aconteceu com elas?

A febre do compartilhamento de bicicletas na China há cinco anos atraiu bilhões de dólares de investidores e depósitos de clientes que startups gastaram em milhões de novas bicicletas na tentativa para conquistar participação de mercado. Quando o colapso inevitável chegou, a maioria das empresas faliu, deixando autoridades municipais com os custos de limpar a bagunça.

“Quando o novo setor foi visto como rentável, todos se envolveram para dividir um pedaço do bolo”, disse Yang Tengfei, vice-gerente geral da China Recycling Resources, que trabalha com empresas na reciclagem. “O capital entrou voando, mas a gestão não acompanhou, deixando um setor cheio de problemas.”

O grande volume de bicicletas abandonadas é impressionante. Uma unidade governamental estima que cerca de 20 milhões bicicletas foram compartilhadas em 2017. A Xiaoming, apenas uma das cerca de 60 empresas de aplicativos de compartilhamento de bicicletas que faliram, deixou 430 mil delas em mais de 10 cidades. Uma das maiores pilhas no centro de Xangai tinha 30 mil bicicletas abandonadas, de acordo com a agência Xinhua.

Hoje, apenas três marcas são comumente vistas nas grandes cidades. A China Recycling, de Yang, descartou cerca de 4 milhões de bicicletas compartilhadas desde 2017. A empresa gasta cerca de 10 milhões de yuans por mês comprando bicicletas usadas e peças para recuperar aço, metal e plástico.

O coronavírus desencadeou um renascimento do compartilhamento de bicicletas na China, já que cidadãos continuam preocupados com o transporte público. E as empresas sobreviventes juraram ser responsáveis por “todo o ciclo de vida” de seus veículos. Quando precisam descartá-las, também descobrem uma variedade de novas maneiras de reciclá-las.

Mobike e YUUE descobriram que aros e peças desmontadas podem ser usados em cadeiras e lâmpadas de design interessantes. A Mobike também transformou a borracha de 7,8 mil pneus velhos na superfície de uma pista de corrida em uma cidade na província de Shaanxi. E um filantropo de Mianmar comprou bicicletas usadas da empresa chinesa Ofo e da Obike, de Cingapura, para doá-las a crianças em idade escolar.

Com a colaboração de Karoline Kan.

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