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Chile ou Holanda, duas pedreiras no caminho do seleção

Chile e Holanda possuem ótimas seleções, com jogadores rápidos e talentosos no ataque e que derrotaram a atual campeã mundial

Marcelo, da Seleção: Brasil vai ter que jogar melhor do que nas primeiras partidas da Copa (FIFA via Getty Images)

Marcelo, da Seleção: Brasil vai ter que jogar melhor do que nas primeiras partidas da Copa (FIFA via Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2014 às 10h28.

Teresópolis - Vermelho ou laranja: seja qual for a cor do uniforme adversário, Neymar e companhia vão ter que jogar melhor do que nas duas primeiras partidas para manter vivo o sonho do hexa do Brasil.

Quando foi perguntado se preferia enfrentar Chile ou Holanda nas oitvas de final, o goleiro Júlio César ficou em cima do muro, alegando que falar da próxima fase seria um "desrespeito" a Camarões, que o Brasil enfrenta na terceira partida da primeira fase, nesta segunda-feira em Brasília.

Embora a seleção ainda corra um risco, ainda que bastante remoto, de ser eliminada (com derrota para Camarões e empate entre México e Croácia), vale a pena avaliar qual dos dois potenciais adversários encaixaria melhor com o jogo da seleção.

Até porque, na hora de entrar em campo no estádio Mané Garrincha, os comandados do técnico Luiz Felipe Scolari terão o luxo de conhecer o desfecho do grupo B, no qual holandeses e chilenos se enfrentam poucas horas antes em São Paulo para definir qual dos dois terminará em primeiro.

O certo é que tratam-se de duas ótimas seleções, que possuem jogadores rápidos e talentosos no ataque e derrotaram ninguém menos que a atual campeã Espanha, que vai para casa mais cedo por ter perdido por 5 a 1 para os holandeses e por 2 a 0 para os chilenos.

Por que seria melhor enfrentar a Holanda?

Individualidades x jogo coletivo

Os holandeses dependem muito de talentos individuais, como Robben e Van Persie. O Brasil possuiu com Thiago Silva e David Luiz a zaga mais cara do mundo, para muitos a melhor, para pará-los.

Sneijder está longe do seu nível de 2010, quando foi o carrasco da seleção comandada por Dunga na África do Sul e deve encontrar em Luiz Gustavo um volante capaz de anulá-lo.

Já o Chile é mais baseado na força coletiva, com muita raça, velocidade e um ótimo jogo pelos lados, que pode levar perigo cada vez que os laterais Marcelo e Daniel Alves resolvem apoiar o ataque, o que vem acontecendo com frequencia, sem que necessariamente exista cobertura, o que pode causar o mesmo tipo de problemas que o México causou na segunda rodada da fase de grupos (empate sem gols).

Além disso, também possui jogadores acostumados com o estilo de jogo brasileiro, como Aranguiz, Vargas ou Valdivia, que atuam ou atuaram recentemente em clubes do país, ou o talentoso Alex Sánchez, que joga com Neymar no Barcelona.


Fator "Casa"

Se o jogo for em Belo Horizonte, o que acontecerá se o Brasil terminará em primeiro lugar, o Chile se sentirá praticamente "em casa" apesar de jogar nas terras do anfitrião, porque está concentrado na Toca da Raposa, CT do Cruzeiro, time que manda sua partidas no Mineirão.

Muito numerosa, a torcida chilena já mostrou que é capaz de "invadir" (em todos os sentidos da palavra) estádios no Brasil, como aconteceu na quinta-feira, na vitória por 2 a 0 sobre a Espanha, no Maracanã.

Milhares de torcedores fizeram uma festa bonita no estádio carioca e, por outro lado, mais de oitenta foram detidos por ter invadido o centro de imprensa, numa tentativa de chegar às arquibancadas.

Os chilenos já fizeram uma ótima partida contra a seleção brasileira no Mineirão, em abril de 2013, quando jogaram de igual para igual e empataram em 2 a 2.

Se o Brasil terminar em segundo lugar do grupo, a partida será em Fortaleza. Neste contexto, enfrentar os holandeses também pode ser uma vantagem, já que os europeus devem sofrer mais com o calor da capital cearense.

Por que seria melhor enfrentar o Chile?

Retrospectos distintos

Porque o Chile é um dos maiores "fregueses" do Brasil, pelo menos em Copas do Mundo. A "Roja" sul-americana já está acostumada a perder para o Brasil, justamente nas oitavas de final.

Isso aconteceu na França, em 1998 (4-1) e na África do Sul, em 2010 (3-0).

Em 1962, as duas equipes também se enfrentam, no Chile, onde Garrincha teve uma atuação de gala, marcando dois dos quatro gols da vitória por 4 a 2 do Brasil sobre os anfitriões nas semifinais.

Já o retrospecto com a Holanda está equilibrado.

A Laranja Mecânica foi um adversário indigesto no primeiro e no último dos quatro confrontos entre Brasil e Holanda em Mundiais (derrotas por 2-0 em 1974 e por 2-1 em 2010).

Os dois triunfos brasileiros foram muito suados, com vitória emocionante por 3 a 2 com gol de falta de Branco nas quartas de final do Mundial de 1994, nos Estados Unidos, e classificação nos pênaltis para a final da Copa de 1998, na França, depois do empate em 1 a 1 no tempo normal.

Estilos de jogo

Comandado pelo argentino Jorge Sampaoli, considerado um dos principais "discipulos" de Marcelo Bielsa, o Chile sempre joga para a frente num estilo que pode se encaixar com o da seleção brasileira, desde que volte a jogar com a mesma pegada da Copa das Confederações, agredindo o adversário logo nos primeiros minutos para deixá-lo acuado no seu campo de defesa.

Isso funcionou no último amistoso entre as duas equipes, com vitória por 2 a 1, no dia 19 de novemebro em Toronto, com gol marcado por Hulk logo no início da partida e outro de Robinho, que acabou ficando fora da Copa do Mundo.

Já a Holanda deve criar bastante problemas ao Brasil por ter uma defesa muito sólida e apostar nos contra-ataques, o que obrigaria os comandados de Felipão a "fazer o jogo e se expor aos contra-ataques letais de Robben e companhia.

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