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Chico Buarque retira sua música do programa "Roda Viva"

O fato determinante, para o artista retirar a música Roda Viva da abertura, foi a presença do presidente Michel Temer no programa do dia 14

Chico Buarque: a emissora anunciou nesta quarta-feira, 23, que promoverá mudança na abertura do programa (YouTube/Reprodução)

Chico Buarque: a emissora anunciou nesta quarta-feira, 23, que promoverá mudança na abertura do programa (YouTube/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 12h18.

Última atualização em 24 de novembro de 2016 às 17h23.

Chico Buarque de Hollanda desautorizou a TV Cultura de continuar utilizando sua música Roda Viva como inspiração para o tema do programa de entrevistas do mesmo nome, que a emissora leva ao ar às segundas-feiras.

O fato determinante foi a presença do presidente Michel Temer no programa do dia 14. Simpatizante dos governos presidenciais de Lula e Dilma Rousseff, Chico Buarque já ensaiava a desautorização, mas aguardava o final do contrato de cessão de direitos.

Ao descobrir, porém, que não existia um contrato e que o acordo era verbal, formalizado há anos com o produtor Fernando Faro, morto em abril, o compositor orientou seu advogado a acertar o rompimento.

Antes de receber a notificação, porém, a emissora anunciou nesta quarta-feira, 23, que promoverá mudança na abertura do programa.

"A TV Cultura, em comemoração aos 30 anos do Roda Viva, recentemente, reformulou todo o pacote gráfico e vinhetas do programa. Agora, dentre as ações já previstas de atualização da atração, passa a ter nova trilha sonora a partir desta segunda-feira, 28", disse a emissora, por meio de um comunicado.

Roda Viva foi classificada em terceiro lugar no III Festival de Música Popular Brasileira, entre setembro e outubro de 1967, ano em que foi lançada em seu álbum Chico Buarque de Hollanda - Volume 3.

A canção foi escrita para a peça de teatro de mesmo nome, também de autoria de Chico Buarque. O espetáculo não tinha relação com política, mas com a trajetória de um cantor massificado pelo esquema da televisão.

Em julho de 1968, a peça foi montada em São Paulo quando o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o Teatro Ruth Escobar, depredou o cenário e espancou os atores.

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