Danielle Dahoui: proprietária do Ruella Bistrô foi apresentadora do programa Hell's Kitchen Brasil (Reprodução/Divulgação)
Janaína Ribeiro
Publicado em 29 de julho de 2020 às 09h00.
Um manifesto via redes sociais de uma célebre chef está batendo às portas do governador João Doria. O motivo? O impedimento da reabertura de restaurantes durante a noite na cidade de São Paulo. Apesar da flexibilização do isolamento e a autorização da abertura de bares e restaurantes em horário reduzido, o governo de São Paulo e a prefeitura proibiram atendimento após às 17h e também vetam os serviços em local aberto (calçadas, por exemplo). A capacidade de atendimento dos estabelecimentos está limitada em até 40% como medida preventiva a disseminação do novo coronavírus.
A chef e apresentadora de TV Danielle Dahoui, proprietária do Ruella Bistrô, cobra um posicionamento do governo do estado sobre o motivo de ter sido liberado o funcionamento da área de alimentação de shoppings, já que "sendo uma área fechada, o risco de contaminação do vírus pode ser ainda maior se comparado com uma área externa", diz Dahoui.
Segundo ela, seu restaurante está fechado há mais de 4 meses, e com um quadro de 26 funcionários além dos custos mensais como água, energia e impostos, corre o risco de fechar. A chef segue complementando o salário dos funcionários que passaram a receber auxílio do governo — previsto na MP 936 —, para conservar os postos de trabalho durante a pandemia. Porém, "até quando vou conseguir manter?", disse em entrevista à EXAME. "Se essa situação permanecer, eu precisaria de ao menos R$ 400 mil para desligar todos os meus colaboradores. Infelizmente o setor está falindo, e estamos ficando sem forças".
A empresária pleiteia a liberação dos serviços no horário do jantar, já que este é o período de maior faturamento para o setor de gastronomia. Por duas semanas, o Ruella atendeu em sistema de delivery no horário de almoço, porém, os custos foram maiores do que a receita. Foram adotadas medidas preventivas contra o vírus como o distanciamento de 2 metros entre as mesas, tapetes para desinfecção de calçados, cardápio e pagamento via QR Code, o uso de luvas, máscara e viseira pelos colaboradores e limpeza recorrente de filtros do ar-condicionado.
"Na maioria dos países foi liberado o serviço de bares e restaurantes nas calçadas, inclusive em outros estados brasileiros, exceto aqui em São Paulo. Eu ainda não entendo o motivo de nos impedirem de trabalhar", disse.
A chef, juntamente com um grupo de outros chefs, pretendem acampar na próxima sexta-feira, 31, em frente a casa de Doria para cobrar um posicionamento, já que tentativas anteriores foram frustradas.
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O Plano São Paulo, medida estabelecida pela gestão estadual para determinar a flexibilização da quarentena, deve fazer uma nova alteração em suas regras na próxima semana. Atualmente, a cidade de São Paulo se encontra na fase amarela. Os critérios para a transição da fase amarela para verde depende da quantidade de internações e mortes a cada 100 mil habitantes no município. Segundo a secretária de desenvolvimento econômico, Patrícia Ellen, nenhuma região vai transacionar para a fase verde se não alcançar menos do que 40 internações a cada 100 mil habitantes e 5 óbitos a cada 100 mil habitantes.