Loja da Chanel em Nova York na 57th Street em 24 de junho (Bloomberg/Bloomberg)
Guilherme Dearo
Publicado em 26 de junho de 2020 às 12h07.
Última atualização em 26 de junho de 2020 às 12h08.
Manequins em salto alto, jaquetas xadrez e bolsas estão na vitrine da principal loja da Chanel em Nova York.
O local na 57th Street estava aberto na quarta-feira somente com hora marcada, de acordo com a equipe de segurança, mas não era possível ver nenhum cliente. Assim como na indústria de luxo, a pandemia afetou os negócios da Chanel, que vende o perfume Nº 5, bolsas de 8,9 mil dólares e relógios J12 Phantom de 4,8 mil dólares.
Loja da Chanel da loja de Nova York na 57th Street em 24 de junho.
Para reforçar as finanças, o império da moda, controlado pela família francesa Wertheimer, conseguiu recentemente 1,1 bilhão de dólares em linhas de crédito. O valor inclui 843,7 milhões de dólares no mês passado do Citigroup e 275 milhões de dólares do BNP Paribas em abril, segundo documentos regulatórios. A empresa com sede em Londres também levantou 756 milhões de dólares em financiamento de emergência do programa de empréstimos do Reino Unido em abril.
“O grupo sempre manteve um balanço saudável com fortes fluxos de caixa”, disse a Chanel em relatório anual de 2019 publicado nesta semana. “Para assegurar ainda mais essa posição, o grupo obteve financiamento adicional em 2020 para poder continuar investindo na visão de longo prazo da marca, enquanto navega por estes tempos sem precedentes.”
Representantes da Chanel, BNP e Citigroup não comentaram.
Impacto ‘significativo’
As vendas de produtos sofisticados caíram neste ano, com muitas boutiques de moda fechadas e consumidores focados em itens essenciais. A Bain & Co. estima que as vendas de bens de luxo pessoais poderiam cair até 35% em relação ao recorde do ano passado, de 315 bilhões de dólares. Estima-se que os irmãos Alain e Gerard Wertheimer - cuja família também possui participação na rede de cosméticos Ulta Beauty - possuem participações iguais do império Chanel.
A Chanel tentou atrair clientes presos em casa para as plataformas online durante a crise, fazendo parcerias com músicos como a pop star belga Angele para selecionar playlists na Apple Music e se apresentar ao vivo na página da Chanel no Instagram. Em seu relatório anual, a Chanel disse que ainda não podia avaliar o impacto total da crise nas finanças deste ano, mas o descreveu como “significativo”.
Com a colaboração de Alexandre Rajbhandari e Berber Jin.