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Cervejas artesanais com folhas de chá são a bola da vez

Depois do café, algumas das cervejarias mais inovadoras do mundo estão produzindo cervejas com chá, a bebida mais consumida do mundo além da água

Cervejas: Chá precisa ter tolerância ao calor (Valentyn Volkov/Thinkstock)

Cervejas: Chá precisa ter tolerância ao calor (Valentyn Volkov/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 2 de outubro de 2018 às 05h00.

Última atualização em 2 de outubro de 2018 às 05h00.

Antigamente um fenômeno de nicho, a cerveja artesanal com infusão de café agora se tornou relativamente fácil de encontrar. A popularidade da coffee stout, por exemplo, talvez se deva a um amplo cruzamento dos fanáticos da cerveja com consumidores de café, ou talvez pode ser atribuída aos processos similares de torrefação do café e do malte.

Seja qual for o caso, algumas cervejarias mais inovadoras estão indo além do café, de olho na outra opção favorita de todos como fonte de cafeína ou para esquentar o paladar: o chá, a bebida mais consumida do mundo depois da água.

Tim Lange, mestre cervejeiro da Marz Community Brewing, de Chicago, e sua equipe são um desses grupos. Quando foi criada, em 2014, a organização era um grupo de amigos que faziam cerveja caseira e discutiam receitas concebidas por eles. Um deles, Eli Espinoza, compartilhou uma cerveja de trigo que havia feito com uma mistura de chás e que foi particularmente bem recebida pela equipe fundadora. Por essa razão, eles decidiram ampliar a escala para ter uma produção comercial.

Financeiramente, não foi fácil. “Descobrimos que às vezes os ingredientes e receitas exóticos que podem produzir bebidas caseiras incríveis para compartilhar com os amigos com custo de cervejaria caseira não se transformam em um grande modelo de negócio”, diz Lange.

O chá de rooibos, da África do Sul, foi escolhido por sua tolerância ao calor; ele precisa sobreviver a temperaturas de até 93 graus Celsius durante o processo de preparação. “Trabalhamos juntos na receita como uma equipe para fazer algo expressivo [a partir do] chá de rooibos e que suportasse esses sabores”, diz.

No entanto, conseguir matéria-prima nem sempre é fácil. “A cadeia de abastecimento limitada revelou-se um desafio quando há uma seca. Temos dificuldades para conseguir o suficiente quando os campos secam.”

Apesar dos desafios, a receita final, chamada Jungle Boogie, continua sendo uma de suas cervejas mais aclamadas e populares. Os sabores tropicais do chá de ervas, que lembram doces, se encaixaram perfeitamente à suculência da cerveja, cortesia do lúpulo Mosaic. “Os aromas de rooibos e Mosaic se complementam e são uma característica especial desta cerveja”, diz Lange.

A Jungle Boogie não é a única cerveja com chá do portfólio. A Marz usou também erva-mate e guayusa, além de mamão papaia, para uma Tart Berliner Weisse chamada Lifestyle. Eles também estão prestes a lançar uma white stout com lactose, baunilha e “uma tonelada de chá verde”, uma cerveja chamada Marz Matcha Mochi. Ela terá um rótulo que reage a luzes negras.

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