Andrea Orcioli, CEO da Sephora Brasil (Sephora Brasil/Divulgação)
Repórter de Casual
Publicado em 12 de novembro de 2024 às 14h48.
Última atualização em 12 de novembro de 2024 às 15h52.
As redes sociais se tornaram presença constante na rotina. É difícil lembrar que há quase 10 anos, o Instagram funcionava como uma rede de contato entre amigos, com poucos influenciadores. Em 2012, por exemplo, a rede social da Meta permitia apenas a publicação de fotos. Os vídeos só vieram em 2013, e os stories apenas em 2016. As marcas ainda engatinhavam na presença online e ainda não vendiam através da plataforma. Em 2012, a Sephora inaugurava a primeira loja no Brasil, e hoje é uma das marcas mais desejadas e influentes nas redes sociais e fora delas.
De forma orgânica, consumidores da marca francesa publicam em seus perfis online avaliações de produtos, visitas às lojas e até documentam inaugurações de lojas, em que esperam madrugada adentro a abertura dos shopping centers.
As ferramentas digitais não são utilizadas apenas por fãs das marcas, mas pela própria Sephora para entender os desejos dos consumidores brasileiros. “Através das mídias sociais nós ouvimos os clientes. Leio comentários no Instagram e assisto vídeos no TikTok. Também vou às lojas para saber o que os clientes estão pedindo”, diz Andrea Orcioli, CEO da Sephora no Brasil.
Um dos pilares para reter os clientes é o Beauty Club, programa de fidelidade com 4 milhões de membros no Brasil, parte dos 70 milhões de clientes leais da Sephora no mundo. "O Beauty Club é essencial para estabelecer uma relação de longo prazo com o cliente, oferecendo benefícios como descontos e acesso a produtos exclusivos", conta Orcioli. O programa inclui trocas de pontos por produtos, acesso a eventos e a aulas. “Sou membro [nível] Rouge, e posso dizer que é realmente incrível”.
No país que é o terceiro maior mercado de beleza do mundo, as gôndolas da Sephora contam com marcas nacionais. "Temos marcas nacionais como Feito Brasil e Quintal, que traduzem a essência brasileira e foram escolhidas para reforçar o compromisso da Sephora em valorizar o mercado local”. Além disso, a empresa investe em um time especializado para gerenciar o portfólio de marcas e trazer novas tendências ao país.
A Sephora também se dedica a treinar seu time de beauty advisors, profissionais preparados para atender às necessidades específicas de cada cliente, independentemente da faixa etária. Essa proximidade com os clientes também impulsiona a marca a criar experiências únicas e personalizadas online e nas lojas físicas.
Eventos são um dos recursos que a marca francesa utiliza para interagir com o público, como a festa de Halloween, criada no Brasil. "O Halloween se tornou um evento anual importante, celebrando a liberdade de expressão e a arte da maquiagem", comenta Orcioli. A marca também realiza eventos diários em suas lojas, oferecendo experiências e consultorias de beleza que conectam os clientes com o universo Sephora.
No início do mês, ocorreu o primeiro evento da Sephoria no Brasil, no Rio de Janeiro. "A decisão de entrar no Brasil foi fundamentada na demanda já existente por produtos de beleza e na forte presença de brasileiros que compravam no exterior", diz Alexis Rollier, COO Global da Sephora.
Para Rollier, a Sephoria é pensada para jovens consumidores que veem na marca um símbolo de autenticidade e inovação. Além do Rio de Janeiro, o evento ocorre em Atlanta, Paris, Xangai e Dubai. Nos dois dias de evento foram apresentados novos produtos, masterclasses com experts nacionais e internacionais e ativações com mais de 30 marcas como Rare Beauty, Fenty Beauty, Drunk Elephant, Benefit, Sol de Janeiro, Keune, Caudalie.
Para Orcioli e Rollier, o sucesso da Sephora no Brasil é um exemplo de como a marca global pode ser adaptada e transformada para atender a demandas locais.
"A Sephora Brasil é uma prova de que o nosso modelo de beleza inclusiva e diversificada pode prosperar em um dos mercados mais dinâmicos do mundo", diz Orcioli.
Hoje, a rede possui 3 mil lojas no mundo, sendo 39 lojas no Brasil.
“A Sephora é conhecida como uma ‘casa de marcas’. Nós dizemos que estamos na cozinha, fazendo uma receita, para realmente entregar os melhores produtos, as melhores tendências e criar inovações para os clientes. Trabalhamos com as marcas e compartilhamos com elas o que os clientes desejam”, diz Orcioli sobre um dos desafios iniciais da Sephora no país. “Um dos grandes movimentos da marca foi construir uma conexão com a cultura local. Tivemos que entender o cliente, as marcas nacionais para garantir que nos adaptássemos ao país”. Com quase 7 mil publicações, em poucos dias, a Sephora deve alcançar 3 milhões de seguidores no perfil do Instagram.