Casual

Castelbajac viaja para o Brasil e homenageia Niemeyer

Em um dos looks, o estilista deu um toque de Courrèges, o estilista dos looks futuristas, usando plástico e prata; em outros o azul marinho era o personagem principal


	Desfile de Castelbajac durante a Semana de Moda de Paris: Os verdes vieram contrastados com pretos e brancos, declinando para os tons de ouro vibrante em tecidos
 (©AFP / Pierre Verdy)

Desfile de Castelbajac durante a Semana de Moda de Paris: Os verdes vieram contrastados com pretos e brancos, declinando para os tons de ouro vibrante em tecidos (©AFP / Pierre Verdy)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2012 às 19h42.

Paris - O estilista francês Jean Charles de Castelbajac viajou para o Brasil e prestou homenagem a Oscar Niemeyer, em um desfile lúdico nesta terça-feira em uma igreja, enquanto Chanel levou para sua passarela turbinas de vento, no penúltimo dia da Semana de Moda de Paris.

Castelbajac, um dos mais criativos da moda francesa e determinado a "fazer roupas de vestir que possam ser usadas", usou seu humor e espírito inventivo em uma coleção bem cuidada que misturou materiais, como crepes de seda, couro e plástico de cores contrastantes.

Sua coleção para a primavera-verão foi dominada pelo verde, intenso e luminoso, das folhas e árvores do Amazonas, evocado na cenografia do desfile, em vestidos, túnicas e saias curtas, em calças e sapatos, além das jaquetas abaloadas, uma das marcas do estilista.

Os verdes vieram contrastados com pretos e brancos, declinando para os tons de ouro vibrante em tecidos estampados com grandes palmeiras e desenhos geométricos, evocando as construções de Niemeyer.

Em um dos looks deu um toque de Courrèges, o estilista dos looks futuristas, usando plástico e prata; em outros o azul marinho era o personagem principal.

O alemão Karl Lagerfeld, diretor artístico da maison Chanel, evocou as energias renováveis ao instalar turbinas de vento e painéis solares no Grand Palais, onde apresentou uma coleção que revisitou os clássicos da casa, como a jaqueta de tweed.

"Não faria um desfile íntimo em um lugar como o Grand Palais", declarou Lagerfeld, sempre com seus óculos escuros.

Entre o público figurava na primeira fila a atriz e cantora Jennifer Lopez, acompanhada de sua filha de quatro anos.

O desfile, uma maratona de 80 criações, foi dominado logo no princípio por tons neutros, branco, azul e rosa, que logo deram lugar às cores vibrantes e estampas geométricas.


"Tudo gira ao redor do volume e da leveza, coisas que normalmente não andam juntas", disse o estilista, que trabalhou com algodões muito finos para conseguir o toque leve que buscava.

Muitas das 68 modelos usavam colares e pulseiras com grandes pérolas, também usadas para adornar os vestidos. Para o dia o "Kaiser" Lagerfeld trouxe vestidos curtos acompanhados de jaquetas ou amplos tomara-que-caia, bordados com flores.

Para a noite os vestidos eram quase transparentes, alguns com bordados que pareciam plumas multicoloridas. Um vestido tubo retomou o tema do painel solar, em azul prateado, iridiscedente.

Lagerfeld enfatizou após o desfile a importância das energias renováveis. "A energia é a coisa mais importante na vida", disse, elogiando a "beleza" das turbinas de vento. "Se construísse uma casa, as colocaria no jardim", disse.

Os jornalistas de moda viram esse tema como uma alusão à capacidade do estilista, nascido em 1938, de se renovar e atrair uma geração mais jovem, no momento em que outras grandes maisons de luxo francesas, como Dior e Saint Laurent, estrearam diretores artísticos de 44 anos.

Mas para o jornalista de moda Jean Paul Cauvin, a coleção não trouxe nada de novo, e o estilista alemão, mesmo que use turbinas de vento, não se renova.

"É a hora para que Lagerfeld se despeça: em 2013 vai completar 30 anos á frente da Chanel. Já é hora de trazer sangue jovem", disse Cauvin em entrevista à AFP.

O editor de moda do jornal Fashion Daily News acredita também que Lagerfeld está usando a moda para "dar lições sobre o desenvolvimento sustentável".

"O que deve se renovar é a criação. Os velhos estilistas devem dar lugar aos jovens. E principalmente a moda deve reencontrar o prazer de viver que teve antes, quando era uma celebração da vida", concluiu Cauvin.

Acompanhe tudo sobre:Desfiles de modaEnergia renovávelModaOscar Niemeyer

Mais de Casual

4 estradas incríveis no Brasil para testar carros em diferentes tipos de terreno

Xiaomi venderá carros elétricos fora da China nos próximos anos, diz CEO

Alvaro Gutierrez, country manager da Intimissimi, aproveita o tempo livre em cavalgadas pelo mundo

‘Anora’ faz história no Oscar ao vencer Melhor Filme e mais 4 categorias