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Cartier inova com relógio movido a energia solar e pulseiras plant-based

Lançado nesta quinta (8), novo Tank, o ícone retangular da maison francesa, revela a preocupação dela com o meio ambiente

Novo Tank, da Cartier: pulseiras plant-based (Divulgação/Divulgação)

Novo Tank, da Cartier: pulseiras plant-based (Divulgação/Divulgação)

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Daniel Salles

Publicado em 9 de abril de 2021 às 12h55.

O novo Tank, da Cartier, não se enquadra na categoria de relógios inteligentes, da qual fazem parte, por exemplo, o Apple Watch e o Connected, da TAG Heuer. Mas bem que poderia. É o primeiro relógio, afinal, movido a energia solar. Apresentado nesta quinta-feira (8) durante a Watches & Wonders, a maior feira de relógios de luxo de todos os tempos, o modelo inaugura uma nova categoria na alta relojoaria, a do movimento fotovoltaico.

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O lançamento capta a luz do sol por meio de uma célula fotovoltaica escondida atrás do mostrador. Não altera em nada a estética inconfundível do relógio, cujo primeiro antepassado data de 1917 – seu formato foi inspirado na visão aérea de um tanque de guerra. A luz chega à tal célula por meio de pequenas perfurações nos algarismos romanos. Graças à ela, mantem-se carregado por 16 anos, ao final dos quais basta trocar a bateria.

Novo Tank, da Cartier, é movido a energia solar (Divulgação/Divulgação)

A tecnologia foi desenvolvida ao longo de dois anos pela maison francesa em conjunto com a companhia da qual ela faz parte, o grupo Richemont. Por dois anos terá exclusividade para utilizá-la; depois o conglomerado de luxo deverá repassá-la para outras de suas marcas, como Montblanc e Piaget. Foi patenteada como SolarBeatTM. “É uma grande conquista da Cartier e que poderá alterar os rumos do setor”, disse Rodolphe Ratzel, diretor internacional de vendas da grife, durante uma apresentação da qual Exame Casual participou.

Outra inovação do novo Tank envolve suas pulseiras não-metálicas. Embora imitem às de couro, podem ser consideradas plant-based. Explica-se: cerca de 40% delas são constituídas de matéria vegetal, produzida a partir de resíduos de maçãs cultivadas na Suíça, Alemanha e na Itália. O restante é plástico. “Posso garantir que a resistência, a beleza e o conforto são os mesmos de uma pulseira de couro”, afirmou Ratzel.

Algumas das versões do novo Tank (Divulgação/Divulgação)

É uma novidade que espelha o compromisso da maison em diminuir sua pegada ecológica. A produção das pulseiras plant-based envolve uma emissão de poluentes seis vezes menor e uma economia de até 10 litros de água em relação às de couro. É de esperar que a Cartier adote a novidade em outros modelos daqui para a frente.

O novo Tank chega às lojas europeias em junho e nas demais em setembro. São 17 versões, com caixas de 8,37 milímetros de grossura ou 6,6. Nem todos os modelos são movidos a energia solar (os demais recorrem ao chamado movimento de quartzo).

É de se perguntar se o artista plástico Andy Warhol manteria intacta sua célebre frase a respeito do modelo com esses novos em mente: “Eu não uso um relógio Tank para saber as horas. Na verdade, eu nem mesmo dou corda. Eu uso um Tank porque é o relógio a usar”. Provavelmente sim. Mas talvez com mais algum elogio.

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