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Carne vermelha faz mal à saúde? Veja o que dizem pesquisadores

Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) dos EUA desenvolveu sistema baseado em pontuação com 180 análises

Estudo descobriu escassa relação entre alguns hábitos alimentares e malefícios à saúde (AFP/AFP)

Estudo descobriu escassa relação entre alguns hábitos alimentares e malefícios à saúde (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 11 de outubro de 2022 às 07h30.

Para fornecer ao público uma ideia simples e direta dos estudos que analisam a relação entre um produto e seu risco à saúde humana, um grupo de pesquisadores propõe um sistema de pontuação. O Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) dos Estados Unidos, conhecido mundialmente por seus estudos sobre saúde humana, se propôs a pesquisar estudos publicados em 180 áreas.

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O resultado, divulgado nesta segunda-feira, mostra uma grande disparidade de dados, os quais a equipe responsável propõe pontuar de zero a cinco. O surpreendente foi descobrir a escassa relação entre alguns hábitos alimentares e os malefícios à saúde, confessou um dos autores do estudo, Christopher Murray, que dirige o IHME.

Por exemplo, a ligação entre tabagismo e câncer de pulmão recebe uma classificação de cinco estrelas, o que significa uma ligação totalmente comprovável e um perigo evidente. Por outro lado, a relação entre comer carne bovina e risco de ataque cardíaco recebe apenas uma estrela, pois "não há evidências de que tal associação exista", explicou o estudo.

Quanto à ligação entre carne vermelha e câncer de cólon, câncer de mama ou diabetes, esses estudos recebem uma classificação de duas estrelas. "Estou muito surpreso com a fraqueza de muitos dos resultados que ligam dietas a riscos" à saúde, explicou.

Murray alertou em uma entrevista coletiva que "todo mundo presta atenção ao último estudo publicado" quando os resultados "muitas vezes variam de preto para branco".

Para investigar a relação entre uma dieta rica em vegetais e saúde, os pesquisadores compararam 50 estudos baseados em questionários de 4,6 milhões de participantes em 34 países. Se o número de vegetais consumidos por dia aumentar de zero para quatro, isso representa uma redução de 23% no risco de acidente vascular cerebral isquêmico.

A relação entre comer vegetais e diabetes (categoria 2) recebeu apenas uma estrela. Alguns cientistas, como Kevin McConway, da Open University do Reino Unido, alertam, no entanto, que tais classificações de estrelas "correm o risco de ser muito vastas".

Outro especialista, Duane Mellor, da Universidade Aston do Reino Unido, acredita que os resultados do estudo "não são inesperados" porque os problemas de saúde são causados por produtos de carne altamente processados, como salsichas, em vez de carne crua.

O IHME planeja manter seu ranking atualizado com estudos posteriores e em breve publicará outros rankings relacionando a saúde a fatores como ingestão de álcool ou poluição do ar.

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