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Cantoras estrelam campanha por equiparação salarial entre gêneros

Segundo a ONG AzMina, mulheres receberem por seus trabalhos apenas 70% dos salários dos homens

Cantoras: a funkeira Valesca Popozuda acredita que a diferença entre salários de homens e mulheres está presente em vários setores, inclusive na música (Divulgação/Divulgação)

Cantoras: a funkeira Valesca Popozuda acredita que a diferença entre salários de homens e mulheres está presente em vários setores, inclusive na música (Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de março de 2017 às 18h28.

As cantoras Valesca Popozuda, Daniela Mercury e Tiê decidiram se unir numa campanha para protestar contra o fato de, em média, as mulheres receberem por seus trabalhos apenas 70% dos salários dos homens.

O número é apresentado pela ONG AzMina, que organiza a campanha, iniciada no último final de semana.

"Não estamos sendo pagas pela nossa qualidade profissional, mas por uma questão de gênero e isso é inaceitável", diz Valesca, à reportagem, ao explicar o motivo de ter aderido à campanha.

"Buscamos por igualdade, não existe a questão 'homem X mulher' se estamos exercendo a mesma função profissional."

A funkeira acredita que a diferença entre salários de homens e mulheres está presente em vários setores, inclusive na música.

"Homem que toca, compõe e canta é super valorizado, como um grande artista. Uma mulher que faz isso é julgada como apenas 'um dom', sendo que a mulher também estuda e se capacita para ser ainda mais uma grande artista."

Valesca é confiante com a campanha e afirma não ter medo de reações negativas dos fãs pela música "cortada".

"Os fãs entendem o recado que estou querendo passar", diz, garantindo que eles aprovaram a campanha.

"Tenho recebido diversas mensagens de apoio nas redes sociais."

Segundo a organização da campanha, o mote para o projeto foi o Relatório Global de Desigualdade de Gênero do Fórum Econômico Mundial, que indica que são necessários mais de 170 anos para colocar fim à desigualdade de gêneros no aspecto econômico.

"Para termos uma real mudança na disparidade salarial que vemos hoje, é preciso dar a devida importância ao tema", afirma Nana Queiroz, diretora-executiva da publicação em revista da AzMina.

"Com o apoio de mulheres de peso na música brasileira, esperamos que as pessoas se sintam instigadas e procurem saber mais sobre o tema."

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