EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 10h22.
São Paulo - Pequenas manchas avermelhadas ou acastanhadas de crescimento lento. Pintas que mudam de cor ou de formato. Feridas que não cicatrizam. Esses sintomas, que à primeira vista parecem ter pouca gravidade, na verdade são os principais sinais do câncer de pele. Para o coordenador do serviço de quimioterapia da Clínica São Carlos, Bruno Fuser, é aí que vive o perigo.
“Muitas pessoas minimizam a importância desses sinais, o que atrasa o diagnóstico e deixa o paciente mais distante da cura”, alerta o médico, que é especialista em Oncologia Clínica pelo The Royal Marsden Hospital Foundation Trust, em Londres.
Foi assim com a professora Adélia Simões, de 61 anos, que descobriu um melanoma por acaso, durante uma consulta com sua ginecologista. “A médica viu um sinal na altura do meu tórax e me alertou. Como essa marca era muito pequena e indolor, não imaginei que pudesse ser algo mais grave”, explica.
Adélia conta que tem muitas manchas e sinais pelo corpo devido à exposição solar excessiva a que se submeteu ao longo dos anos. “Sou de uma geração em que era bonito estar sempre bronzeada e com marquinha de biquíni e como moro perto da praia há quase 30 anos, acabei me expondo muito ao sol. Antigamente não havia tanta informação sobre os perigos da radiação solar como existe hoje”, comenta.
Outro ponto levantado por Fuser é a pouca atenção à prevenção. “Ainda falta informação sobre o câncer pele, principalmente nas regiões periféricas do país. Mas o que também tem colaborado para o aumento significativo no número de novos casos nos últimos anos, especialmente nos grandes centros urbanos, é a pouca importância dada às barreiras físicas e protetores solares.
É como se as pessoas soubessem dos riscos de desenvolver a doença, mas deixassem a prevenção para depois”, alerta. Para se ter uma ideia, somente para o não melanoma – tipo mais comum de câncer de pele – são estimados cerca de 134 mil novos casos nesse ano. Em 2000, a expectativa do Inca era um registro de aproximados 42 mil novos casos.
Proteção solar
O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil e corresponde a aproximadamente 25% de todos os tumores malignos. A doença é grave e pode levar à morte por metástase – quando o problema evolui e compromete outros órgãos. Em 90% dos casos, a doença é provocada – basicamente - pela exposição excessiva ao sol.
No entanto, existem outras causas menos divulgadas como viroses, alterações genéticas, infecções e contato prolongado com um defensivo agrícola chamado arsênico. Os tumores de pele podem se manifestar em partes variadas do corpo, porém são mais frequentes no rosto, braços, nuca e costas, que são as áreas comumente mais expostas à radiação solar.
Os raios UV que nos atingem podem ser dos tipos A e B, já que os raios UV-C não chegam à terra. Esses raios agem de forma diferente, apesar de ambos serem prejudiciais à saúde da pele. Enquanto o tipo A atua de forma cumulativa e constante – as frequências são praticamente as mesmas durante todo o ano e a qualquer hora do dia - em longo prazo causa manchas e rugas.
Já os raios UV-B são cerca de mil vezes mais fortes do que os raios UV-A e são responsáveis pelas sensações imediatas de vermelhidão e queimaduras. Enquanto os UV-A se mantém constantes durante todo o ano, os raios UV-B se intensificam no verão, principalmente entre 10h e 16h. Vale frisar que ambos os tipos contribuem para o surgimento do câncer de pele, o que torna a proteção solar indispensável durante todo o ano.
Confira algumas dicas do oncologista para combater o câncer de pele: