Café: grão premiado foi plantado na região entre São Paulo e Minas Gerais. (Ricardo Mendoza Garbayo/Getty Images)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 18 de dezembro de 2023 às 10h14.
Última atualização em 18 de dezembro de 2023 às 10h19.
A empresa japonesa Sarutahiko Coffee arrematou um lote do café brasileiro Geisha, da Fazenda Rainha, da Orfeu Cafés Especiais, em São Sebastião da Grama, no interior de São Paulo, por R$ 84.500 a saca de 6o quilos, o que equivale a aproximadamente R$ 1.408 o quilo. O valor é o mais alto já pago por um café natural brasileiro e foi arrematado em um leilão com os cafés vencedores do Cup of Excellence 2023.
O concurso é o maior do mundo que atesta a qualidade dos grãos. Ele é organizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e com a Alliance for Coffee Excellence (ACE).
O café é da variedade Geisha, plantado a uma altitude de 1.570m, na Fazenda Rainha, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. No concurso, ele alcançou a nota de 91,4 pontos.
O terroir em que o café mais caro do Brasil foi plantado é conhecido como vulcânico. No local existia um vulcão que foi extinto há mais de 60 milhões de anos e serviu para definir toda a base do solo, propício para a produção de café.
Em entrevista recente à EXAME Casual, Alexandre Marchetti, Q-Grader e agrônomo responsável pela Fazenda Rainha, da Orfeu Cafés Especiais, explicou que “é um solo com muito pedregulho, com características únicas, e esse terroir nos oferece cafés exóticos e com muita doçura”.
Os cafés cultivados em solo vulcânico apresentam sabor e aroma característicos de frutas amarelas, caramelo e chocolate, corpo alto, com textura sedosa e acidez cítrica. Marchetti afirma que variedades arábicas se dão muito bem no solo vulcânico, com destaque para os cafés do tipo Geisha e Arara.