Leões marinhos, farol e nenhum sinal de internet, confira os destaques de Cabo Polônio. (Claudia Beretta/Mondadori Portfolio/Getty Images)
Julia Storch
Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 11h37.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2022 às 11h13.
Obras de arte sempre estiveram ao redor de Deborah Rytenband, tanto nas paredes de casa às descobertas em museus e galerias que visita pelo mundo anualmente. Ainda que o desejo por cursar uma faculdade de artes tenha sido substituído por um curso mais tradicional, o direito, por influência do avô, o lado artístico da paulistana aflorou ao longo dos anos.
Após o nascimento das filhas gêmeas, hoje com 15 anos, Rytenband acabou seguindo para o setor de decoração, mais especificamente de festas infantis.
“Quando eu tive minhas filhas, fiz uma recepção na maternidade com uma decoração muito bonita. Eu gostava de decorar e fazer arranjos de flores”, conta. Foi então que as amigas Helena Lunardelli e Renata Betti, fundadoras do blog Amici per Amici e grávidas na época, pediram ajuda de Rytenband para decorar a maternidade.
No auge dos blogs, em 2010, a decoração foi postada no site com a assinatura de Rytenband como assessoria de maternidade. “Então, da noite para o dia foi um boom de pessoas me pedindo orçamentos para decoração, eu mal sabia mexer no computador”, conta rindo.
As decorações para quartos de maternidade se desdobraram para festas infantis de socialites, que em 2015 chegavam a custar até R$ 50 mil.
Das festas, começou a produzir vitrines para lojas, como da amiga Anna Carolina Bassi que ainda começava a desenvolver a marca homônima e que hoje faz parte do portfólio da Arezzo&Co. Assim como do estilista de vestidos de festa de celebridades, Sandro Barros, e da grife francesa Dior.
Porém, desde 2019, quando fez seu último trabalho no segmento, Rytenband busca novos projetos no setor das artes. “Me considero uma coolhunter, quando viajo vou atrás de peças de decoração”, explica.
Tratando-se de viagens, Rytenband pontua que o luxo é ter a oportunidade de experiências novas, mais do que um objeto físico. “Uma viagem pode até ser cara, mas para mim luxo é ter memórias afetivas”, diz.
Dentre viagens marcantes, do Taiti à Nova Zelândia, um destino que marcante foi um país próximo, o Uruguai, mais especificamente, Cabo Polônio. Confira quatro dicas sobre a pitoresca cidade praiana, elencados por Rytenband.
Como chegar
“Chegar até lá é uma aventura, para evitar os impactos causados pelo homem na região, não é permitida a entrada de carros particulares na aldeia. Dessa forma, para acessar o vilarejo, é possível ir caminhando, a cavalo ou da maneira mais tradicional: com um caminhão 4×4, o Optimus Prime.
O trajeto dura cerca de 30 minutos e passa por diversas dunas, elevações e diferentes vegetações, é quase um safári. Aqueles que buscam uma viagem mais emocionante, podem pegar um lugar na parte de cima do caminhão. Acredite, é uma experiência divertida para quem gosta de conhecer destinos inusitados e tem espírito e alma de aventureiro.
Vale lembrar que o caminhão te deixa na praia no período da tarde e volta para buscar pela manhã. Além disso, não há sinal de celular, o que faz com que seja uma experiência única, ainda mais nos dias de hoje que vivemos 24 horas conectados.”
Parque Nacional
“O Parque Nacional é conhecido por sua colônia de leões marinhos e lobos-marinhos-de-dois-pelos, que aproveitam as rochas da praia para se deitarem ao sol. Deve ser respeitada uma distância de pelos menos 20 metros dos animais que ficam aos montes nas pedras bem próximas ao farol. Como amo os animais, confesso que não consegui respeitar a distância, porque é realmente incrível ver esses animais fofos todos juntos, e claro, uma oportunidade para muitas fotos.”
Farol
“Há muitos faróis distribuídos pelas praias uruguaias, como em Jose Ignacio, talvez uma das praias mais badaladas de Punta del Este. Mas em Cabo Polônio não é diferente, do farol é possível apreciar os lobos marinhos, as ilhas, a infinitude do Oceano Atlântico e os vilarejos, além de um pôr-do-sol incrível. O farol possui 27 metros de altura e para chegar ao topo é preciso subir uma longa escada, mas vale a pena, a paisagem é fantástica.”
Céu estrelado
"Podemos dizer que Cabo Polônio é o nosso Saara da América Latina, já que podemos ver as estrelas a olho nu. Astrônomos e fãs do céu chegam de todas as partes do mundo para ver o espetáculo que é o céu estrelado, você tem a impressão de estar pegando as estrelas na mão, sem contar quando a Lua está na fase cheia, é indescritível a beleza.”