BYD: primeira fábrica da montadora chinesa no Brasil fica na Bahia. (Divulgação/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 1 de julho de 2025 às 16h53.
Última atualização em 1 de julho de 2025 às 16h56.
Nesta terça-feira, 1º de julho, a BYD iniciou a montagem do primeiro carro elétrico produzido no Brasil. Durante um evento que contou com a presença de autoridades na fábrica localizada em Camaçari, na Bahia, a chinesa apresentou a fase de testes da linha de montagem do Dolphin Mini, o elétrico mais vendido do Brasil.
Embora ainda não tenha ocorrido a inauguração oficial da fábrica, espera-se que ela comece a operar ainda neste ano. Atualmente, os carros são montados no sistema CKD (Completely Knocked-Down), em que os componentes chegam quase prontos da China, sendo apenas finalizados no Brasil.
A construção do complexo ainda não foi concluída. Quando finalizado, ele será a maior fábrica da BYD fora da Ásia, com um prédio principal que ocupa 156.800 metros quadrados. Inicialmente, além do Dolphin Mini, serão montados também os modelos Song Pro e o sedã King.
"Levamos apenas 15 meses entre o início das obras e a entrega do primeiro veículo, em caráter experimental, da nossa linha de produção. Esse é um momento histórico não apenas para a BYD, mas para o futuro da mobilidade sustentável em toda a América Latina", afirmou Stella Li, vice-presidente executiva global e CEO da BYD Américas e Europa, durante o evento na Bahia.
A BYD está investindo R$ 5,5 bilhões no complexo de Camaçari, uma megaestrutura que ocupa 4,6 milhões de metros quadrados — o equivalente a 645 campos de futebol. Quando concluído, o projeto deverá gerar até 20 mil empregos diretos e indiretos. A fábrica começará com uma capacidade anual de 150 mil veículos, com planos de expansão para 300 mil na segunda fase.
Quando for oficialmente inaugurada, em uma data ainda não divulgada, a planta operará inicialmente no sistema SKD (Semi Knocked-Down) e evoluirá gradualmente para produção nacional completa, incluindo processos de estampagem, soldagem e pintura, além de aumentar o conteúdo local, conforme afirmou a montadora chinesa.
A BYD lidera um movimento de montadoras chinesas que planejam montar carros no Brasil. A GWM pretende investir R$ 10 bilhões até 2032, com a construção de uma fábrica e um centro de pesquisa e desenvolvimento, o que representa um dos ativos mais estratégicos para a empresa. A primeira fase desse aporte, no valor de R$ 4 bilhões, está em andamento, e a fábrica deve ser inaugurada nos próximos meses.
A Omoda e Jaecoo, desde sua chegada ao Brasil, têm demonstrado interesse em abrir uma fábrica no país, mas os planos permanecem em sigilo. Uma possibilidade seria utilizar a unidade de produção da Caoa Chery em Jacareí, no interior de São Paulo, ou em Anápolis, Goiás. Essas montadoras pertencem ao mesmo grupo na China, o que pode gerar sinergia entre elas.
A GAC também tem planos de se expandir no mercado brasileiro. A montadora pretende comercializar 8.000 veículos até dezembro de 2025, estabelecendo-se entre as líderes do segmento de elétricos e híbridos. Para 2026, a meta é atingir 29.000 unidades em todo o Brasil. Os modelos começaram a ser vendidos no final de maio, com cobertura nacional em 83 pontos de venda, distribuídos entre 33 concessionárias e 50 unidades em shoppings, viabilizadas por parcerias com 27 grupos. A expectativa é de que o número de pontos de venda chegue a 120 até o final do ano.
Em 2024, a GAC anunciou um plano de investimentos de R$ 6 bilhões no Brasil, com a construção de sua fábrica prevista para o final de 2026.