Among us: o game é o jogo mais baixado em smartphones do 3º trimestre. (InnerSloth/Divulgação)
Matheus Doliveira
Publicado em 19 de outubro de 2020 às 13h22.
Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 14h31.
Um jogo de espionagem relativamente antigo, de imagem chapada e cores desbotadas está batendo recordes impensáveis nos últimos meses, principalmente entre os brasileiros.
Somente em agosto e setembro, as buscas pelo game da vez, o "Among Us", explodiram 5.900% no Google. Os dados da consultoria Decode também revelam que dos cerca 100 milhões de downloads mundiais do jogo, quase 20%, pouco mais de 17 milhões, foram feitos por brasileiros.
Na narrativa do game, até 10 pessoas se reúnem dentro de uma nave para realizar manutenções, mas 3 delas são impostoras. A missão dos impostores é sabotar a manutenção da nave e matar os outros participantes. Ao se depararem com as mortes, os jogadores precisam discutir sobre quem é o impostor e fazer uma votação de emergência no chat do jogo. As partidas são encerradas quando o grupo descobre os impostores ou quando os impostores eliminam todos os outros jogadores.
O estrondoso sucesso do jogo da desenvolvedora independente InnerSloth é totalmente repentino, um daqueles fenômenos da pandemia que ninguém é capaz de explicar. No início de setembro, por exemplo, "Among Us" ocupava a 12ª posição dos jogos mais baixados na App Store Brasil. Em apenas 10 dias, o jogo subiu 11 posições e conquistou o 1º lugar de games mais baixados. Na Play Store, "Among Us" ocupa a 2ª posição no ranking, sendo que atualmente tem 1,2 milhões de usuários ativos, alta de 1.363% em relação a agosto.
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Lives de influenciadores e personalidades jogando "Among Us" estão viralizando tanto quanto o jogo. A do Youtuber Felipe Neto teve 5,9 milhões de visualizações, a do jogador de futebol Neymar, 5,9 milhões. No TikTok, são mais de 27 milhões de visualizações com a hashtag #amongusbr. Para Lucas Fontelles, Head de Consumer Insights da Decode, o sucesso de Among Us mostra como os jogos se impuseram no debate público. “Há anos a indústria de games gera mais receita do que Hollywood e, comparativamente, ocupava um espaço muito menor na mídia e nas redes. Hoje já não é o jogo que se torna popular porque o influenciador fala dele, ao contrário, Felipe Neto e Neymar jogam porque o jogo se popularizou”.
Entre os jogadores, 76% tem até 18 anos, 13% tem entre 19 e 24 anos e 9% tem de 25 a 34 anos. No YouTube, existem 5.934 vídeos sobre o jogo apenas no Brasil, publicados entre janeiro e outubro deste ano.