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Brasileiro "Os Penetras" se apoia em humor televisivo

No filme, o trambiqueiro Marco Polo se oferece para conversar com noiva que deixou colega sozinho


	Marcelo Adnet interpreta no filme o trambiqueiro Marco Polo
 (Reprodução)

Marcelo Adnet interpreta no filme o trambiqueiro Marco Polo (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2012 às 15h58.

São Paulo - Comédia é, para ficar no clichê, um campo minado. "Os Penetras", novo filme de Andrucha Waddington ("Lope", "Eu, tu, eles"), mal consegue andar no seu campo de batalha antes de atingir uma mina, e, depois, não se recupera mais.

Em outras palavras, é uma comédia que não consegue fazer rir, que não consegue achar o seu humor próprio. Às vezes, quer ser um pastelão, em outros momentos, procura, em vão, um humor sutil e sofisticado --exageremos-- à la Woody Allen.

O fato é que em momento algum o filme consegue se desvencilhar de um ranço televisivo que, aliás, contamina o gênero no cinema brasileiro --nos últimos anos, poucas foram as comédias que fugiram dessa regra. E como isso vem fazendo sucesso --vide "Até que a sorte nos separe", "De pernas por ar" e afins-- para que arriscar? Andrucha, que em seu currículo já teve momentos melhores, realiza um filme desprovido de personalidade que se apoia acima de tudo no carisma televisivo dos comediantes que o protagonizam --Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch, o César Polvilho, do programa "Pânico na TV".

O título poderia até remeter à comédia de 2005, com Owen Wilson e Vince Vaughn, "Penetras bons de bico", mas os penetras daqui não são como os de lá. Na verdade, os protagonistas do longa nacional se infiltram em umas duas ou três festas só, e olhe lá. A invasão dos eventos, aliás, poderia ser algo mais bem explorado no filme.

O trambiqueiro Marco Polo (Adnet) conhece Beto (Sterblitch) quando este tenta se matar depois de ser abandonado pela noiva, Laura (Mariana Ximenes). Apaixonado, ele foi para o Rio de Janeiro para ficar com ela e acaba sozinho, sem rumo ou lugar para ficar. Vendo possibilidade de tirar vantagem, o outro se oferece para conversar com a moça e tentar reverter o quadro.


Numa situação típica de telenovela, Marco Polo entra no hotel onde a garota está hospedada, garante que é um dos donos do local e joga muita conversa em cima dela. Laura, por sua vez, não é a moça boazinha que Beto pensa.

Está mesmo interessada em tirar dinheiro de um homem mais velho (Luiz Gustavo). Mas Beto se apaixona por ela e cria um impasse --o que fazer com o amigo? O jeito é levá-lo a interessar-se por outra mulher.

A ação acontece durante poucos dias antes de um réveillon - e bailes de gala parecem o lugar ideal para um penetra. Num deles, a mulher tresloucada de um político (Susana Vieira) se interessa por Marco Polo, e Beto conhece uma bailarina russa, com quem se envolve.

E, assim, o filme caminha, mais contando com incidentes - que podem ser vistos como tentativas de esquetes de humor - do que com a coesão da trama.

O jeito televisivo do filme nem tem tanto a ver com a presença dos dois comediantes que fizeram nome nesse meio, e sim com as opções da forma de contar a história. Mesmo seu final dá a impressão de que se trata do piloto de alguma sitcom.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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