Casual

Brasil vive dias complicados antes das quartas de final

Felipão pediu aos jogadores "erro zero" para o mata-mata da Copa

Felipão orienta jogadores durante treino da seleção (REUTERS/Marcelo Regua)

Felipão orienta jogadores durante treino da seleção (REUTERS/Marcelo Regua)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 13h27.

Teresópolis - Erro zero. Foi isso o que o técnico Luiz Felipe Scolari pediu aos seus jogadores para o mata-mata da Copa do Mundo, logo depois da seleção brasileira derrotar Camarões por 4 a 1, passando para as oitavas de final.

Desde então, porém, a equipe do Brasil, mesmo que tenha eliminado o Chile, acumulou muito mais problemas e questionamentos do que virtudes e certezas.

Tudo começou sábado passado no Mineirão. Apesar do triunfo nos pênaltis por 3 a 2, após empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, a seleção expôs o que pareceu ser um abalo psicológico de alguns dos seus principais jogadores, caso exemplificado pela postura do zagueiro e capitão Thiago Silva, que se isolou antes das cobranças.

E passou até pelo comportamento do estafe da CBF, tanto que o diretor de comunicação da entidade, Rodrigo Paiva, foi acusado de agredir o atacante chileno Mauricio Pinilla, sendo suspenso por uma partida pela Fifa.

"Os jogadores estão vivendo essa Copa de forma muito intensa. Às vezes, extravasa no choro. Isso é uma forma de se motivar", explicou o goleiro reserva Victor.

Os jogadores da seleção negam que estejam abalados com a pressão de conduzir a equipe ao hexacampeonato mundial atuando em casa, mas o fato é que a psicóloga Regina Brandão foi acionada e esteve na concentração brasileira, em Teresópolis (RJ), para ter uma conversa com o grupo.

Para piorar, o técnico Luiz Felipe Scolari disse em conversa informal com alguns jornalistas na Granja Comary que, se pudesse, trocaria um dos 23 jogadores convocados para a Copa - não revelou qual -, o que pode deixar o grupo ainda mais pressionado.

Os problemas da seleção, porém, não são meramente emocionais.

"Sobre o choro, cada um reage de forma diferente. Cada um tem uma reação. Não adianta dar destaque a isso, talvez não leve nosso time a lugar nenhum", pediu o volante Fernandinho.

O sofrido jogo com o Chile expôs as dificuldades de a equipe brilhar quando Neymar - autor de quatro dos oito gols da seleção na Copa - está bem marcado.

"Não me sinto sobrecarregado nem dentro nem fora de campo. Tenho companheiros que me ajudam, roubam a bola, fazem gol, dão passe", disse o próprio Neymar, tentando minimizar essa dependência brasileira.

O atacante Fred não faz os gols que dele se esperava, o que levou, inclusive, a Felipão testar a equipe sem um centroavante no treinamento da última quarta-feira, algo impensável para a sua filosofia de futebol. "Eu me cobro muito, quero deixá-lo 50 vezes na cara do gol porque tenho certeza que ele vai fazer 51", revelou Neymar, ao comentar sobre a fase do companheiro de ataque.

Apesar dos problemas, Felipão praticamente não tem mexido no time - a entrada de Fernandinho foi uma exceção no lugar de Paulinho - pelas poucas opções que o banco de reservas lhe dá, ainda mais com o momento difícil vivido por alguns jogadores, caso do centroavante Jô, que vêm decepcionando até nos treinamentos.

Atividades que foram escassas entre as partidas com Chile e Colômbia, reflexo do cuidado especial adotado pela comissão técnica para não perder nenhum jogador por contusão, ainda mais depois dos recentes problemas enfrentados por Neymar - dores no joelho direito e na coxa esquerda - e David Luiz - contratura na região dorsal.

Assim, com mais problemas do que acertos nos últimos dias, a seleção já está em Fortaleza para enfrentar a Colômbia nesta sexta-feira pelas quartas de final. E tentará encontrar o rumo certo para chegar viva à semana final da Copa.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesFutebolSeleção Brasileira de Futebol

Mais de Casual

Expedição de dois anos registra as mudanças climáticas no Rio Amazonas

Os Gêmeos levam cenas de São Paulo para megaexposição em museu de Washington

Kobra prepara a segunda maior obra da carreira: um mural de 5 mil metros quadrados

Avião que trouxe Neymar ao Brasil custa R$ 500 milhões e é sonho de milionários; conheça