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Brasil tem imagens premiadas na World Press Photo 2017

Exposição que reúne os mais impactantes registros do fotojornalismo mundial está em cartaz no Rio de Janeiro

World Press Photo 2017: Imagens de vítimas do Zika Virus, do fotógrafo Lalo de Almeida, foram premiadas (Lalo de Almeida/World Press Photo 2017/Divulgação)

World Press Photo 2017: Imagens de vítimas do Zika Virus, do fotógrafo Lalo de Almeida, foram premiadas (Lalo de Almeida/World Press Photo 2017/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de maio de 2017 às 11h02.

Com dois fotógrafos premiados, o Brasil tem presença expressiva na 60ª edição da World Press Photo, exposição que reúne os mais impactantes registros do fotojornalismo mundial do ano anterior. A mostra está aberta ao público na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, única cidade brasileira a receber o evento realizado anualmente em 45 países.

A exposição World Press Photo 2017 pode ser visitada até 18 de junho, de terça-feira a domingo, das 10h às 21h, com entrada franca. A Caixa Cultural fica na Avenida Almirante Barroso, 25, no centro do Rio.

Fotógrafo do jornal Folha de S.Paulo, o brasileiro Lalo Almeida recebeu sua primeira premiação na World Press Photo, ao conquistar o 2º lugar na categoria Assuntos Contemporâneos com um ensaio sobre bebês com microcefalia, vítimas do vírus Zika no Nordeste. A matéria fez parte de um especial publicado pelo jornal em dezembro de 2016.

O brasileiro Felipe Dana, que trabalha para a agência Associated Press, ganhou o 3º lugar na categoria Notícias em Destaque com a imagem Batalha em Mosul, feita durante a ofensiva militar das forças aliadas para recuperar o controle da cidade iraquiana tomada pelo grupo terrorista Estado Islâmico.

A imagem vencedora do prêmio principal do World Press Photo 2017 também foi de um fato ocorrido no Oriente Médio. Um assassinato na Turquia, do turco Burhan Ozbilici, registrada em dezembro passado, mostra o policial Mevlut Mert momentos depois de ter atirado contra o embaixador da Rússia Andrei Karlov, em uma sala de exposições de Ancara.

Na imagem, o assassino aparece com a pistola na mão e o dedo em riste. Na ocasião, ele gritava: "Não se esqueçam de Aleppo. Não se esqueçam da Síria".

A decisão da maioria do júri de eleger esta imagem como a Foto do Ano causou polêmica, e o próprio presidente da comissão julgadora, Stuart Franklin, também fotógrafo, se opôs à escolha. Segundo ele, conceder o prêmio mais importante ao registro de um assassinato premeditado é amplificar a mensagem desse tipo de crime.

Diretor-executivo da produtora Capadócia, responsável há dez anos pela realização da exposição no Brasil, Rafael Ferraz disse que as fotos selecionadas para a mostra transmitem o real conhecimento do que está acontecendo no mundo. "Não teríamos dimensão da crise dos refugiados se não fossem essas fotografias. Por isso, espero que exposição ajude das pessoas a se sensibilizarem e refletirem sobre os assuntos que estão afligindo o nosso planeta", destacou.

São ao todo 154 imagens sobre temas variados, que vão das guerras, da política e da economia aos esportes, à cultura e ao meio-ambiente. Além de seus profissionais premiados, o Brasil também marca presença em dois registros feitos no país por fotógrafos estrangeiros.

O alemão Kai Oliver Pfaffenbach recebeu o 3º lugar na categoria Esporte por um registro feito nos Jogos Olímpicos Rio 2016, a imagem congelada do sorriso vitorioso do atleta jamaicano Usain Bolt na semifinal dos 100 metros rasos. Também alemão, Peter Bauza foi premiado com o 3º lugar na categoria Assuntos Contemporâneos com uma série de fotos sobre a triste realidade dos moradores de um conjunto habitacional abandonado no bairro de Campo Grande, na zona norte do Rio.

Mais de 5 mil fotógrafos de 126 nacionalidades diferentes inscreveram um total de 80.408 imagens no concurso, o mais importante do fotojornalismo mundial. Os 45 fotógrafos premiados representam 25 países de todos os continentes.

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