Vôlei masculino: a seleção manteve a concentração e conseguiu administrar a vantagem (Yves Herman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2016 às 09h50.
A seleção masculina de vôlei do Brasil derrotou a Argentina por 3-1 (25-22, 17-25, 25-19 e 25-23) e garantiu vaga nas semifinais dos Jogos Olímpicos Rio-2016, fase em que enfrentará a Rússia, em uma reedição da final de Londres-2012.
O destino coloca diante dos brasileiros novamente a equipe russa, que derrotou a seleção na final de Londres, depois que o Brasil abriu 2-0 e chegou a ter match point no terceiro.
Depois de uma primeira fase irregular, com três vitórias e duas derrotas, a seleção comandada pelo técnico Bernardinho avançou para as quartas de final como a quarta colocada no Grupo A, o que levou o Brasil a enfrentar a surpreendente Argentina, líder do Grupo B, nas quartas de final.
Em um Maracanãzinho lotado, não faltaram provocações entre a pequena, mas animada torcida argentina e o público brasileiro, que mais uma vez cantou o já tradicional "mil gols, mil gols, só Pelé".
A partida, que em outra época seria considerada uma vitória certa do Brasil, foi difícil e exigiu muito da equipe brasileira.
O primeiro set foi muito equilibrado e marcado por duas contusões, uma de cada lado. Quando o placar marcava 13-11 para a Argentina, o ponteiro Facundo Conte - para muitos o melhor jogador da equipe - torceu o tornozelo direito e saiu de quadra com ajuda dos médicos.
Pouco depois, com o placar igual em 16-16, Lucarelli tocou na rede em um ataque e, ao cair, se contundiu, sendo substituído por Maurício Borges.
O set seguiu equilibrado até 20-20, quando erros de ataque e recepção da Argentina permitiram ao Brasil abrir 23-20. A seleção conseguiu administrar a vantagem e fechou em 25-22.
No segundo set, o jogo seguiu equilibrado até o 8-8. Com Facundo Conte de volta, a Argentina abriu 13-8 e 15-9, o que obrigou Bernardinho a fazer dois pedidos de tempo.
Mas a vantagem dos argentinos só aumentou. O técnico brasileiro fez a inversão do 5-1, com as entradas de William e Evandro nos lugares de Bruninho e Wallace, mas nada deu resultado.
A boa atuação argentina, liderada pelo levantador De Cecco, aliada aos erros do Brasil resultaram no placar de 25-17 a favor dos 'Hermanos'.
Wallace decisivo
O Brasil voltou ligado no terceiro set e abriu 4-0, o que levou o técnico argentino Julio Velasco a pedir tempo.
A equipe manteve o ritmo e chegou a 13-6, com novo pedido de tempo do rival. Com a vantagem brasileira de sete a oito pontos, Velasco fez uma série de substituições. Os argentinos diminuíram o placar para 18-14 e foi a vez de Bernardinho pedir tempo.
A seleção manteve a concentração e conseguiu administrar a vantagem para fechar o set em 25-20.
No quarto set, a Argentina abriu 6-3 e Bernardinho pediu tempo. Quando o Brasil empatou em 9-9 foi a vez de Velasco paralisar a partida.
Quando a Argentina tinha 12-10 no placar, o Brasil conseguiu virar graças a uma sequência de pontos que incluiu um levantamento de costas com apenas uma das mãos de Bruninho, um bloqueio de Lucarelli - que voltou ao jogo no lugar de Lipe, que sentiu dores nas costas - e um erro de recepção adversário.
Mas o jogo seguiu muito equilibrado até o 18-18, quando em um ataque de Wallace, maior pontuador da partida (24 pontos), o Brasil abriu 20-18. Durante um pedido de tempo da Argentina, a torcida sentiu o momento e intensificou o apoio.
A seleção abriu 22-20, mas os argentinos buscaram o empate e Bernardinho pediu tempo. Com 23-22 no placar, Lucarelli errou um saque, mas Gonzales retribuiu o favor em seguida e o Brasil teve o match point.
Após o saque, o levantador De Cecco deu uma largada de segunda, William impediu que a bola tocasse na quadra brasileira e, em seguida, Wallace explorou o bloqueio argentino para decretar o 25-23: três sets a um e festa no Maracanãzinho.
O Brasil encara na sexta-feira a Rússia, que mais cedo nesta quarta-feira derrotou o Canadá por 3-0 (25-15, 25-20 e 25-18).
A outra semifinal será disputada entre Itália e Estados Unidos. Nas quartas de final, os italianos derrotaram o Irã por 3-0 (31-29, 25-19, 25-17) e os americanos a Polônia, também por 3-0 (25-23, 25-22 e 25-20).