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Boom no mercado de cards esportivos nos EUA

O mercado de cards esportivos de coleção está em alta nos últimos anos, mas o confinamento pela pandemia reacendeu o espírito colecionador e muitos se juntaram a este hobby

Colecionadores negociam o valor de seus cards esportivos em um evento organizado pela empresa Bleecker Trading em Nova York. (AFP/AFP)

Colecionadores negociam o valor de seus cards esportivos em um evento organizado pela empresa Bleecker Trading em Nova York. (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 21 de julho de 2021 às 08h33.

Última atualização em 21 de julho de 2021 às 16h19.

Por trás da janela de um local despretensioso em Greenwich Village, Nova York, mais de dez homens abrem suas malas pretas: dentro estão cards esportivos colecionáveis, uma paixão e um mercado impulsionado pela pandemia.

Hoje a empolgação é maior que o normal, devido à novidade de que um fundo de investimentos sediado em São Francisco anunciou que um card com a imagem do jogador de basquete dos Golden State Warriors, Stephen Curry, alcançou um valor de 5,9 milhões de dólares.

Michael Campobasso, um joalheiro de 38 anos, conta com este recorde para que aumente o valor de outro card de Curry que possui, da temporada 2009-2010, quando o tricampeão da NBA ainda era um novato.

"Poderia vendê-lo por 80.000 dólares", se empolga Campobasso, que pagou 25.000 dólares pelo card no ano passado.

O mercado de cards esportivos de coleção está em alta nos últimos anos, mas o confinamento pela pandemia reacendeu o espírito colecionador e muitos se juntaram a este hobby, enquanto alguns investidores aumentavam os preços.

"Isso gerou um impacto massivo", afirma Jacob Salter, de 25 anos e chefe de produto da Bleecker Trading, a empresa que organizou o evento em Greenwich Village.

"As pessoas estavam entediadas em casa. Recuperaram suas lembranças da infância e começaram a comprar cards esportivos", explicou.

Nos Estados Unidos, o beisebol dominou o setor, mas o sucesso em 2020 da série "The Last Dance", sobre Michael Jordan e seus Chicago Bulls, colocou o basquete no centro do palco.

Em fevereiro de 2021, um card dedicado à lenda dos Bulls foi vendido em um leilão por 1,44 milhão de dólares. Em abril, um card com a imagem de LeBron James novato foi vendido por 5,2 milhões de dólares.

Em Greenwich Village, os cards na sala somam no total 20 milhões de dólares, segundo Jacob Salter.

Paixão para ganhar a vida

Os cards são colocados em envelopes plastificados e as malas têm chaves de segurança. A autenticidade dos cards é certificada por empresas especializadas que as classificam de 1 a 10, de acordo com critérios como raridade e estado de conservação.

Para Vahe Hekimian, algo que começou como um hobby se tornou sua principal fonte de renda. "É uma paixão. Adoro isso, mas também o faço para ganhar dinheiro", explica à AFP.

O mercado de cards é uma aposta para muitas empresas de investimentos. Alt, um fundo especializado em ativos não tradicionais, que comprou o card de Curry, estima que o mercado de cards esportivos move atualmente 15 bilhões de dólares.

Outra empresa, a Collectable, é especializada na propriedade compartilhda ou fracionada de cards e objetos esportivos colecionáveis, uma forma de investimento em pleno auge.

A PWCC é uma plataforma que organiza leilões de cards de coleção e administra um cofre de segurança para guardá-los. Espera vender um volume de aproximadamente 500 milhões de dólares este ano, o triplo de 2020.

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