Bob Dylan: primeira nomeação do cantor foi desconsiderada devido ao seu uso de maconha e de sua oposição à Guerra do Vietnã (Christopher Polk/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2013 às 11h23.
Paris - O cantor norte-americano Bob Dylan poderá em breve receber a mais alta distinção da França, a Legião de Honra, após sua nomeação primeiro ter sido inicialmente desconsiderada, segundo informações, devido ao seu uso de maconha e de sua oposição à Guerra do Vietnã.
A luz verde dada pelo conselho da Legião de Honra significa que a ministra da Cultura da França em breve poderá condecorar Dylan - um símbolo da contracultura dos anos 1960 - com a estrela de cinco pontas da ordem superior "Chevalier".
Ele se juntaria assim ao patamar de cantores como o britânico Paul McCartney e o francês Charles Aznavour, que receberam a honraria.
O conselho de 17 membros determina se as indicações apresentadas pelos ministros do governo estão em conformidade com os princípios da instituição. Seu grande chanceler, Jean-Louis Georgelin, confirmou que havia aprovado a indicação de Dylan.
Em uma carta para o jornal Le Monde publicada no domingo, Georgelin chamou o cantor e compositor um "artista excepcional", conhecido nos Estados Unidos e internacionalmente como um "tremendo cantor e grande poeta".
O semanário satírico Le Canard Enchaine informou em maio que Georgelin havia rejeitado a nomeação de Dylan, com base em sua oposição à guerra do Vietnã, onde a França era uma ex-potência colonial, e seu suposto uso de maconha.
Georgelin reconheceu ao Le Monde que ele tinha originalmente rejeitado a nomeação e citou o que chamou de "polêmica", mas não entrou em mais detalhes.
O Ministério da Cultura não retornou imediatamente um telefonema pedindo comentários.
A ministra da Cultura, Aurelie Filipetti, havia nomeado Dylan para a distinção maior "Chevalier".
O cantor recebeu a principal honra civil nos Estados Unidos, a Medalha Presidencial da Liberdade, em maio de 2012.