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Blend de café: como a mescla de grãos influencia no produto final

Entenda as possibilidades que podem surgir a partir de um blend de café

Blend de café: composição de sementes oriundas de espécies, variedades, regiões ou produtores diferentes (Montagem EXAME/Canva)

Blend de café: composição de sementes oriundas de espécies, variedades, regiões ou produtores diferentes (Montagem EXAME/Canva)

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Publicado em 16 de agosto de 2025 às 08h41.

Você sabe o que é um blend de café? Em português, a palavra “blend” significa mistura ou combinação, ou seja, um blend nada mais é do que uma composição de sementes oriundas de espécies, variedades, regiões ou produtores diferentes. Ele é utilizado tanto por grandes marcas quanto por pequenos torradores, baristas e mestres de torra para combinar diferentes características sensoriais — como acidez, corpo, doçura, aroma e sabor, além de criar um perfil mais equilibrado ou especial.

De acordo com Giuliana Bastos, Consultora de Tendências de Mercado da ABIC, o blend é a mescla de grãos que irá compor um determinado resultado na xícara.

“Existe um ditado em italiano que diz que o segredo de um excelente café está na regra dos 3M’s: as mãos do barista, a moagem e a mescla, que podemos traduzir por aqui como blend, reconhecido mundialmente como um dos aspectos mais importantes da bebida”, detalha.

Ao misturar grãos de diferentes origens, os produtores podem destacar qualidades específicas, suavizar defeitos e adaptar o café ao gosto do consumidor final. Além do aspecto sensorial, o blend também é uma estratégia comercial. Misturar sementes de espécies ou custos distintos permite oferecer um item com preço mais acessível, sem abrir mão da qualidade e do padrão que será entregue ao consumidor.

Por que se faz um blend de café?

A mescla é uma atividade comum em cafés industriais. No entanto, nas últimas décadas, ela também vem sendo explorada no segmento do estilo especial, onde os blends são usados para criar perfis exclusivos e consistentes, especialmente, em cafeterias ou marcas que prezam pela padronização do sabor ao longo do tempo.

Muitas empresas fazem misturas de arábica e canéforas com o objetivo de aumentar o corpo e a intensidade da bebida, além de reduzir custos —  considerando que a produção da segunda variedade é mais barata, porém sem perder qualidade graças aos avanços da espécie nos últimos anos. Segundo Giuliana, o principal motivo pelo qual a prática de blends é adotada consiste em oferecer equilíbrio e consistência no resultado final da bebida.

“O café é um produto que pode apresentar características diferentes a cada safra. Além disso, cada colheita passa por processamentos distintos, o que resulta em um sabor final diverso um do outro, proporcionando mais ou menos acidez, doçura e amargor. A mescla ajuda a equilibrar essas peculiaridades para que se possa alcançar o padrão desejado”, explica.

Conheça alguns tipos de blends de café

  • Arábica + Canéfora: o café arábica é conhecido por ser mais suave e, ao ser misturado com o conilon ou o robusta, variedades da categoria canéfora, acrescenta corpo e intensidade na xícara, resultando em uma bebida mais encorpada e marcante, e ganhando novas notas sensoriais, como amadeirado, especiarias, cereais, características dessa outra espécie;
  • 100% arábica: dentro de um blend dessa espécie, é possível que haja mesclas de sementes das variedades Bourbon Vermelho, Catuaí Amarelo, Arara ou Mundo Novo, entre outras, para formar uma única bebida;
  • 100% canéfora: a composição dessa espécie pode conter grãos de robusta e conilon. Nos últimos anos, os cafés 100% canéfora vêm ganhando espaço, tanto no mercado de café solúvel quanto no de cafés especiais, com os conilons especiais e os robustas finos;
  • Blends de microrregiões: normalmente, são denominados como “Região Alta Mogiana” ou “Cerrado Mineiro” ou Norte Pioneiro do Paraná, entre outras. Essas misturas compartilham características de clima, solo, altitude e métodos de cultivo semelhantes. Dessa forma, é possível valorizar a identidade regional e manter uma consistência de sabor, especialmente, quando os grãos são oriundos de pequenos produtores;
  • Blend de um país: um café identificado como brasileiro pode conter sementes de diferentes regiões produtoras daqui. O mesmo acontece com outros países, como Etiópia, Panamá, Burundi e Peru.

E aí, gostou de conhecer mais sobre o mundo dos blends de café? Se você ficou interessado nas possibilidades de mistura dessa bebida, saiba que entre os dias 29 e 30 de agosto, acontecerá a Etapa Varginha do Campeonato Brasileiro Blends de Café, organizada pela ABIC. Mais informações podem ser acessadas por este link.

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