O qatari Mohamed Bin Hammam: ex-presidente da Confederação Asiática de Futebol, que teve a sua suspensão vitalícia aplicada pela Fifa anulada nesta quinta-feira pelo Tribunal Arbitral do Esporte, declarou que tem a "consciência tranquila" (Saeed Khan/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2012 às 10h31.
Nicósia - O qatari Mohamed Bin Hammam, ex-presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC), que teve a sua suspensão vitalícia aplicada pela Fifa anulada nesta quinta-feira pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), declarou em entrevista exclusiva à AFP que tem a "consciência tranquila".
"A verdade foi estabelecida depois desse longo processo e a minha consciência está tranquila. Não vejo isso como uma revanche (contra a Fifa)", declarou o ex-dirigente por telefone.
O TAS baseou sua decisão na falta de "provas diretas" neste caso, no qual a Fifa acusou Bin Hamman de ter comprado votos para a sua candidatura à presidência da entidade contra o atual presidente Joseph Blatter, que acabou sendo reeleito sem candidato de oposição em junho de 2011.
"Sempre disse que era inocente. Tinha certeza que quando o caso fosse apresentado diante de uma instituição independente, a verdade seria estabelecida, e foi o que aconteceu", afirmou.
"Fico feliz porque consegui provar que as alegações contra mim eram falsas e tinham como único objetivo manchar minha reputação", comentou.
O qatari foi acusado de comprar votos durante uma reunião da Confederação de Futebol do Caribe, no início de maio, em Trinidad e Tobago, com envelopes que continham 40 mil dólares.
Ele retirou sua candidatura pouco antes de comparecer, no dia 29 de maio, perante o comitê de ética da Fifa, que o suspendeu provisoriamente enquanto era realizada uma investigação interna.
"Estou ainda mais satisfeito pelo fato de que meus colegas da Concacaf (entidade acima da Confederação do Caribe) também têm sua honra restaurada. Eles também foram vítimas de uma grande injustiça", completou Bin Hammam, antes de avisar que vai entrar em contato com seus advogados e que "todas as opções estavam em aberto" para o futuro.
Nesta quinta-feira, o TAS ressaltou, no entanto, que, apesar da suspensão vitalícia do ex-dirigente ter sido anulada "por falta de provas", sua conclusão "não deve minimizar a convicção de que é mais do que provável que Bin Hammam tenha sido a fonte do dinheiro trazido para Trinidade e Tobago e distribuído durante a reunião".
O qatari não pode ser reintegrado imediatamente, já que foi suspenso por 30 dias pela AFC na última segunda-feira, após uma auditoria internacional revelar irregularidades nas finanças da entidade.
Nesta quinta-feira, a Fifa explicou que Bin Hammam "permanecerá suspenso até a conclusão do presente caso (da AFC)".
A nova comissão de ética da Fifa assumirá suas funções a partir do dia 25 de julho e "decidirá, de acordo com as provas apresentadas, se sancionará ou não" o qatari.