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Bill Cosby volta a enfrentar julgamento nos EUA por abusos sexuais

Aos 80 anos Bill Cosby, famoso comediante americano, foi julgado hoje em um dos três casos de abuso sexual que está sendo processado

Bill Cosby: o comediante enfrenta três acusações de abuso sexual e mais de 60 mulheres já o denunciaram (Jessica Kourkounis/Reuters)

Bill Cosby: o comediante enfrenta três acusações de abuso sexual e mais de 60 mulheres já o denunciaram (Jessica Kourkounis/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de abril de 2018 às 15h58.

Washington - O comediante Bill Cosby, ícone da cultura popular dos Estados Unidos, voltou nesta segunda-feira à corte de Norristown, na Pensilvânia, para ser julgado por crimes de abuso sexual no caso da canadense Andrea Constand, uma das mais de 60 mulheres que denunciaram o ator.

O processo começou hoje com a busca dos 12 membros do júri que decidirão sobre a sentença.

Cosby, de 80 anos, já foi submetido a um julgamento em junho de 2017, mas o júri foi incapaz de alcançar um veredito e o litígio foi declarado nulo.

Por volta das 8h30 (horário local, 9h30 de Brasília), Cosby chegou à corte de Norristown, nos arredores da Filadélfia. Segundo mostraram as emissoras de televisão, o ator caminhou lentamente e se negou a responder às perguntas gritadas pelos jornalistas.

No interior da corte, o juiz Steven T. O'Neill e os advogados da acusação e da defesa começaram a interrogar um grupo de 125 cidadãos, dos quais 12 devem ser selecionados para compor o júri.

Para este novo julgamento, o ator mudou sua equipe de advogados, que estará liderada por Tom Mesereau, conhecido por defender com sucesso Michael Jackson em seu litígio de 2005 por suposto assédio sexual contra menores de idade.

Cosby enfrenta acusações de três crimes de abuso sexual, que acarretam cada um deles uma pena máxima de 10 anos de prisão e uma multa de US$ 25.000.

O litígio segue centrado na figura da canadense Andrea Constand, que assegura que em uma noite do início de 2004 Cosby a convidou para sua mansão de Cheltenham (Pensilvânia) e lhe deu pastilhas que a deixaram enjoada, nublaram sua visão e permitiram ao artista abusar dela.

Um dos momentos cruciais do julgamento chegará com o testemunho da própria Constand, que terá que falar sobre o ocorrido na mansão de Cosby, assim como sobre sua relação com o artista, a quem supostamente considerava um amigo e um mentor.

Os dois se conheceram em 2001 enquanto ela treinava a equipe de basquete da Universidade de Temple (Pensilvânia) e Cosby fazia parte do patronato do centro educativo.

Cobsy sustenta que a relação com Constand foi consensual e garante que usava drogas como chamariz para atrair mulheres, mas nunca como ferramenta para incapacitá-las.

Mais de 60 mulheres acusaram Bill Cosby de abusar sexualmente delas entre os anos 1960 e 2000. Desse total, 41 asseguram também que o comediante usou drogas para aturdi-las e cometer o abuso.

A promotoria quer mostrar que existe um padrão no comportamento de Cosby e, para isso, convocou para depor cinco mulheres que sofreram abusos entre 1982 e meados da década dos anos 90.

Uma das vítimas mais conhecidas é a ex-modelo Janice Dickinson, que esteve em um mesmo hotel que Cosby em 1982 e assegura que o artista lhe deu uma pastilha azul que a deixou semiconsciente e sem possibilidade de lutar contra os abusos do ator.

Além disso, Dickinson fez parte das 35 mulheres que apareceram em 2015 em uma capa da revista "New York Magazine" para denunciar que Cosby abusou delas.

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