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Bikes ganham impulso em vários países com a pandemia

No Dia Mundial da Bicicleta, veículo desponta como uma opção sustentável para manter o distanciamento social durante e após a pandemia do coronavírus

Bicicletas tem sido estimuladas para evitar a aglomeração de pessoas nos transportes públicos (Tembici/Divulgação)

Bicicletas tem sido estimuladas para evitar a aglomeração de pessoas nos transportes públicos (Tembici/Divulgação)

Em 2018, a Organização das Nações Unidas decidiu instituir 3 de junho como o Dia Mundial da Bicicleta, uma forma de conscientizar as pessoas sobre os benefícios – tanto para a saúde humana quanto a do planeta – desse meio de transporte. O que a ONU não imaginava era que a bicicleta ganharia importância ainda maior em 2020 por causa da pandemia do novo coronavírus. Em vários países, o veículo de duas rodas tem sido promovido como um meio seguro e sustentável para manter o distanciamento social e evitar a aglomeração de pessoas nos transportes públicos.

Na Itália, o governo está oferecendo um bônus de até 60% na compra de uma bike nova, limitado ao valor de 500 euros, para cidades com mais de 50.000 habitantes. No total, os subsídios somarão 120 milhões de euros. Prefeituras como Roma e Milão iniciaram planos de construir mais de 150 e 35 quilômetros de ciclovias, respectivamente.

No Reino Unido, o governo anunciou em maio um pacote de 5 bilhões de libras para melhorar a infraestrutura de bicicletas e ônibus. O plano é criar ciclovias mais seguras e calçadas mais amplas em todo o país. Em Londres, a ideia é implantar corredores de bicicletas seguindo as linhas do metrô.

Na Bélgica, a prefeitura de Bruxelas aprovou um orçamento de meio milhão de euros para melhorar a vida dos ciclistas, incluindo a criação de 6.000 vagas em bicicletários e 40 quilômetros de novas ciclovias. No centro da cidade, o limite de velocidade dos carros foi reduzido de 30 para 20 quilômetros por hora, para dar mais segurança aos ciclistas. Além disso, pedestres e ciclistas têm agora prioridade nas ruas, e não apenas nas calçadas e ciclovias.

Em vários outros países da Europa, como França e Alemanha, também foram adotadas medidas de estímulo ao uso de bicicletas durante a pandemia, incluindo a criação de ciclofaixas temporárias. Várias entidades ligadas a ciclistas estão pedindo que os planos criados em caráter emergencial se tornem políticas permanentes.

Inventada há dois séculos, a bicicleta é um dos meios de transporte mais utilizados no mundo – há cerca de 2 bilhões de pessoas que se locomovem rotineiramente sobre duas rodas, segundo algumas estimativas.

Enquanto isso, no Brasil, cuja infraestrutura para bicicletas é historicamente precária em grandes cidades, o dia da bicicleta não traz grandes novos planos de investimento em meio à pandemia, mas uma novidade no setor do empreendedorismo. A Tembici, que opera as bicicletas do Itaú, recebeu aporte de 47 milhões de dólares, conforme revelado pela EXAME em reportagem nesta quarta-feira. Parte do aporte veio do International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, tornando a Tembici a primeira empresa de micromobilidade no mundo a receber dinheiro do IFC.

Mesmo em meio à pandemia e com rivais como a Grow anunciando demissão em massa e já tendo cancelado a oferta de bicicletas neste ano, a Tembici afirma que seu modelo de estações consegue deixar a operação mais enxuta. Um dos objetivos com o aporte é investir em bicicletas elétricas.

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