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Beleza sólida: conheça a Palma e o novo negócio de Giovanna Nader

Pensando em cuidar do planeta, e também do bioma cerrado, Nader criou com o irmão e sócio Giulianno a Palma, marca de xampus e condicionadores em barra

Giovanna Nader, ambientalista e cofundadora da Palma. (Divulgação/Divulgação)

Giovanna Nader, ambientalista e cofundadora da Palma. (Divulgação/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 6 de agosto de 2023 às 08h00.

Segundo pesquisa do Statistics, todos os anos, mais de 120 bilhões de unidades de embalagens são produzidas pela indústria da beleza, e a maioria são utilizadas somente uma vez. Pensando em cuidar do planeta, e também do bioma cerrado, a ambientalista, podcaster e especialista em sustentabilidade na moda, Giovanna Nader criou com o irmão e sócio Giulianno a Palma, marca de xampus e condicionadores em barra.

Sem água na composição dos produtos, há maior durabilidade além de mudanças tanto na logística, com menos volume a ser transportado, quanto na escolha das embalagens que são compostáveis. A cada venda, R$ 1 será revertido para causas em defesa do cerrado.

Com R$ 200 mil, a expectativa de faturamento é de R$ 1 milhão em 2023 e R$ 3 milhões para o próximo ano. Os seis SKU’s, sendo eles xampus e condicionadores para cabelos mistos, secos e oleosos estão disponíveis no e-commerce palmapravc.com, todos os itens custam R$ 49,90.

Em entrevista a EXAME, Giovanna Nader conta sobre o desenvolvimento da Palma, negócios e sustentabilidade.

Como surgiu a ideia de criar produtos de beleza sólidos?

Sempre desejei ter uma marca de cosméticos. Há dez anos entrei no universo da moda sustentável, através da criação de um projeto de troca de roupa, o Gaveta, e imergi na sustentabilidade. Há dois anos meu irmão sugeriu que abríssemos uma empresa juntos, a princípio, no segmento da moda, mas, na hora que ele comentou, retomei o sonho antigo de criar uma marca de beleza. A vontade era tangibilizar tudo que tinha aprendido e vivenciado, ajudando na preservação de onde eu vim e causando o mínimo de impacto possível, por isso a escolha de cosméticos sólidos, retirando da produção a água e plásticos. Estudei marketing na faculdade e sou pós graduada em branding, então colocar no mercado uma marca que dá visibilidade ao Cerrado ao mesmo tempo que entra na rota do mercado de beleza brasileiro é um sonho realizado.

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro mas também um pouco esquecido. Vejo dar muito foco à Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica. O Cerrado é importantíssimo em biodiversidade e possui oito das doze bacias hidrográficas do país, só que ele também desaparece muito rápido devido ao avanço do agronegócio e monocultura no interior do país.

Por que a escolha de produtos capilares?

O momento do banho é também de autocuidado e usar o shampoo e condicionador em barra é uma nova maneira de se cuidar, exige uma meditação ativa na aplicação do produto, já que é um hábito novo em nossas vidas. Gostaria que essa presença na hora do banho e o cuidado com a gente mesmo se refletisse também em uma preocupação ambiental e social, mas de maneira natural. A sensação de que está cuidando de você com produtos que não agridem o meio ambiente e trazem visibilidade ao bioma que desaparece mais rápido em nosso país, que é o bioma do Cerrado.

Condicionador para cabelos secos da Palma, feito com ativos do Cerrado: Óleo de Pracaxi, Óleo de Buriti, Óleo de Pequi. R$ 49,90. (Divulgação/Divulgação)

Pretendem expandir para outros itens de cuidados?

Sim, já estamos em desenvolvimento de novos produtos. Queremos expandir para todas as linhas de cuidado com a beleza, a começar pelo banho.

Como foi o desenvolvimento dos produtos e quais ativos foram incluídos?

Foi um processo que levou dois anos. Desde o início, pensamos em incluir a sustentabilidade em vários pontos do processo e, principalmente, criar algo com muita qualidade. Sou muito exigente com as marcas que consumo e a minha não poderia ser diferente.

Tivemos várias tentativas de desenvolvimento do produto junto ao nosso laboratório até que decidimos chamar uma consultora expert em cosméticos naturais, que nos auxiliou com os ingredientes, texturas e benefícios que queríamos. Foram dois anos de muitos testes e estamos bem felizes com o resultado, não só estético dos produtos que ficaram lindos, como também com a qualidade.

Todos os produtos são derivados de ativos pertencentes ao bioma do Cerrado, e foi feita uma pesquisa minuciosa para entender a propriedade de cada um. Na marca, temos óleo vegetal de buriti, baru, crabeúva, pitanga, entre outros.

As embalagens também foram desenvolvidas com muito cuidado, uma vez que somos uma marca contra o plástico, desenvolvemos embalagens de papel que na hora dos descarte podem ser cortadas e jogadas na composteira. São totalmente biodegradáveis com tintas naturais.

Quais ONGs e instituições serão beneficiadas?

Para seguir apresentando os benefícios dos ingredientes do cerrado e também ajudá-lo, a cada compra, um real será doado para causas ambientais, sendo o Rios Livres, programa da ONG Associação Angá, cuja missão é defender os rios da região do Triângulo Mineiro contra a ameaça de empreendimentos hidrelétricos, para permanecerem livres para os usuários do lazer e turismo, a biodiversidade e as futuras gerações, a primeira instituição a receber as doações.

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