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Bares e restaurantes perdem movimento por coronavírus

As mesas são reduzidas pela metade e os funcionários recebem orientação de não cumprimentar os clientes

Bar dos Arcos: As redes sociais têm sido um canal bastante usado nessa comunicação dos restaurantes (Divulgação/Divulgação)

Bar dos Arcos: As redes sociais têm sido um canal bastante usado nessa comunicação dos restaurantes (Divulgação/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 15 de março de 2020 às 10h21.

Última atualização em 15 de março de 2020 às 20h50.

Clientes habitués que estiverem esses dias no Bar dos Arcos, um dos mais movimentados da cidade de São Paulo, no subsolo do Teatro Municipal, notarão uma diferença. Os outrora apertados corredores estão agora com mais espaço, já que os lugares caíram pela metade. A capacidade, de 120 lugares, foi reduzida para 60.

“Temos uma responsabilidade cívica com o momento em que vivemos”, afirma o proprietário, Facundo Guerra. “Reduzimos a clientela e, dessa forma, diminuímos a chance de um possível contágio.” Ele se refere, claro, ao aumento recente de casos reportados de infecção por coronavírus no Brasil - e que devem subir bastante nas próximas semanas. 

Não é um caso isolado. Outros bares e restaurantes em São Paulo têm tomado medidas de precaução para evitar a propagação do vírus. O Cozinha 212, casa de carnes em Pinheiros, divulgou um aviso nas redes sociais pedindo para quem não estiver se sentindo bem evitar frequentar o local e procurar um médico. Também ressalta que objetos de alta manipulação, como maçanetas, portas e máquinas de cartão de crédito, estão sendo higienizados várias vezes ao dia.

“Felizmente muitos dos nossos clientes são recorrentes e o atendimento é bem próximo, chamamos pelo nome, cumprimentamos com aperto de mão”, afirma Renato Calixto, dono do badalado Bacuri Cozinha, restaurante buffet no bairro do Itaim. “O atendimento continua sendo cordial, alegre e educado, porém com muito mais cautela, mais distância e sem cumprimentos.”

O Bacuri atende em média 280 pessoas por dia. O movimento caiu 20% na semana passada. Desde a última sexta-feira os processos internos foram intensificados. “Aumentamos os cuidados de higiene e limpeza na manipulação dos alimentos e na higienização dos utensílios, louças e mesas”, diz Calixto. “Desde a abertura já disponibilizavamos álcool gel para os clientes ao lado da mesa de serviço. Agora, aumentamos os pontos de álcool gel para clientes e equipe.”

Outra medida já está em andamento. “Estamos preparando o início do delivery para amenizar a possível quarentena dos funcionários que moram em torno do restaurante. Nessa próxima semana o serviço já deve estar funcionando.”

O uso do serviço de delivery também foi uma recomendação de Andrea Johnston, COO do Open Table, um sistema de reserva que atende mais de 60.000 estabelecimentos no mundo todo - em São Paulo, por exemplo, o restaurante de culinária japonesa contemporânea Nobu faz parte da rede. “Por favor, apoiem seus restaurantes locais preferidos nesses tempos turbulentos, já que eles são parte vital das comunidades”, escreveu Johnston, em um comunicado direcionado aos clientes. “Pedir comida pelo aplicativo é uma boa alternativa a sair para jantar.”

No blog do Open Table, Johnston relata que o movimento dos restaurantes em fevereiro foi estável, mas houve queda em março, devido aos cuidados para evitar a propagação do COVID-19. E aponta alguns números:

  • Nos Estados Unidos e no Reino Unido, houve uma redução de 20% no total de clientes sentados em relação ao ano passado. (Todos os declínios citados aqui são comparações em relação ao ano anterior).
  • No México e no Canadá, a queda foi de 15% a 17%.
  • As coisas parecem piorar rapidamente, no entanto. Ontem (no dia 12 de março), os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá sofreram redução de cerca de 30%.
  • Observando algumas cidades, a queda foi de 45% em Seattle, 40% em San Francisco, 30% em Nova York e 25% em Londres, Los Angeles e Chicago.

As redes sociais têm sido um canal bastante usado nessa comunicação dos restaurantes. Nos stories do Instagram, o grupo Fasano avisa que reforçou as medidas de higienização em seus estabelecimentos e que flexibilizará a política de reservas para quem cancelar reservas nos restaurantes e hotéis. Dessa forma, as casas agem com responsabilidade e olham para o futuro: sabem que a saúde dos clientes e funcionários vem em primeiro lugar e que essa crise não durará para sempre. 

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