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Bares argentinos aderem à iniciativa do "café pendente"

A ifdeia é simples: um cliente toma um café em um estabelecimento e paga outro que será consumido por alguém que não pode arcar com os custos


	Além do café, em alguns dos bares solidários argentinos a proposta inclui sanduíches e pedaços de bolo
 (Stock.xchng)

Além do café, em alguns dos bares solidários argentinos a proposta inclui sanduíches e pedaços de bolo (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2013 às 09h42.

Buenos Aires - Um gesto tão simples e cotidiano como tomar um café pode se transformar em uma iniciativa solidária através do chamado "café pendente", uma proposta, baseada na confiança, que nasceu na Europa e ganha força na Argentina.

A iniciativa é simples: um cliente toma um café em um estabelecimento e paga outro que será consumido por alguém que não pode arcar com os custos.

O "café pendente" surgiu na cidade italiana de Nápoles com o nome de "caffe sospeso" e, graças às redes sociais, se propagou imediatamente para outros países.

Na Argentina, a ideia foi comprada por proprietários de cafeterias e consumidores, especialmente em Buenos Aires e Córdoba, onde os bares participantes, pouco mais de 100, se identificam com o logotipo de uma xícara de café e um coração.

Além do café, em alguns dos bares solidários argentinos a proposta inclui sanduíches e pedaços de bolo.

Paula Comparatore, dona do primeiro bar que se uniu à onda "pendente" na Argentina, admite que ainda resta muito a fazer para aproveitar as vantagens da iniciativa.

"As pessoas que vivem nas ruas ainda não estão tão inteiradas do sistema porque isso está apenas começando. Além disso, muitas vezes não têm coragem de entrar nas cafeterias", explicou Paula, que tem seu bar no bairro portenho de San Telmo.

Sol Verdier, uma das principais incentivadoras do movimento na Argentina, concorda em dizer que "o mais difícil é que os moradores de rua saibam que podem tomar um "café pendente".


"Por isso temos voluntários que vão a refeitórios, hospitais e percorrem as ruas distribuindo folhetos ou falando diretamente com as pessoas sobre o sistema", acrescentou.

Sol se apaixonou pela ideia após conhecê-la na Europa e decidiu levá-la à Argentina. A princípio, chegou inclusive a se apresentar pessoalmente nos bares para apresentar o projeto e convencer seus donos a adotar a ideia antes de criar o site onde informa sobre as vantagens do sistema e a lista dos bares participantes.

"Tentamos fazer com que os bares cobrem pelo "café pendente" um valor inferior e que adicionem algo, como um bolo ou torradas. Alguns donos não querem que os moradores de rua tomem café em seus estabelecimentos e os servem em copos de plástico. Não é o melhor dos cenários, mas isso também deve ser valorizado", declarou.

O objetivo, segundo Sol, é fazer que, "com o tempo, a maioria dos bares participe e que, pouco a pouco, o "café pendente" se transforme em uma "refeição pendente".

María Belém é uma das muitas consumidoras que pagam um "café pendente" porque "sair do bar sabendo que alguém vai poder desfrutar de uma xícara de café quente com algo para comer é uma sensação ótima, que dura o dia todo", explicou.

"Se essa iniciativa ganhar força, poderá ter resultados surpreendentes e realmente melhorar a qualidade de vida de muita gente", concluiu.

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