Cessna Citation Latitude: um dos aviões mais desejados pelos brasileiros. (Divulgação/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 7 de agosto de 2025 às 15h37.
Última atualização em 7 de agosto de 2025 às 16h43.
O Brasil alcançou a marca histórica de 10,94 mil aeronaves executivas em operação no país em junho deste ano, segundo dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). Este número representa um recorde e reflete o momento de expansão do setor, cuja operação cresceu 32% nos últimos 12 meses nos céus brasileiros.
“A expectativa para este ano é de um acréscimo de 500 a 600 aeronaves novas em operação”, afirma Flavio Pires, CEO da Abag, em entrevista exclusiva à EXAME Casual durante a Labace, maior feira da aviação executiva no Brasil, que se encerra nesta quinta-feira, 7, no Campo de Marte, em São Paulo.
O clima de otimismo é palpável no evento, em grande parte impulsionado pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de isentar o setor de aviação brasileiro de uma tarifa adicional de 40% sobre produtos exportados pelo Brasil, medida que entrou em vigor no dia 6. “Se tivéssemos o pior cenário, o setor poderia paralisar. Porém, o empresário brasileiro está acostumado com a instabilidade. Por isso, fazer a gestão se torna mais fácil no cenário atual”, diz Pires.
A expectativa é de que a feira Labace gere negócios na casa dos US$ 300 milhões. A 20ª edição do evento teve um sabor especial de “volta às origens”, já que saiu do aeroporto de Congonhas e retornou ao Campo de Marte. A nova área disponível para o evento aumentou significativamente, passando de 38.400 m² para mais de 110.000 m², o que representa um aumento de quase três vezes em seu espaço e um enorme potencial de crescimento para os próximos anos.
Ao todo, 144 expositores marcaram presença, incluindo gigantes como Embraer, Tam Aviação Executiva e Airbus (com seus helicópteros). No entanto, algumas marcas tradicionais, como a francesa Dassault, a americana Gulfstream e a italiana Leonardo, não participaram desta edição. Essas empresas, que costumam apresentar os maiores jatos executivos e os principais lançamentos mundiais, ficaram de fora, gerando certa expectativa sobre a ausência.
O principal objetivo da feira era fechar negócios, e uma das empresas que demonstraram otimismo foi a Tam Aviação Executiva. O presidente da empresa, Leonardo Fiuza, revelou que, no ano passado, foram fechados nove negócios, e que, já no primeiro dia da feira deste ano, foram concretizados três. Embora os valores não tenham sido divulgados, Fiuza demonstrou confiança: “Historicamente, a economia brasileira tende a ser mais forte no segundo semestre, então esperamos que o ano termine com crescimento nas vendas.”
A Tam teve a maior área de exposição de aeronaves e trouxe o avião mais caro do evento: o Cessna Citation Latitude, avaliado em quase US$ 22 milhões. Este jato, com capacidade para até nove passageiros, possui uma autonomia de mais de 6.400 quilômetros, o equivalente à distância entre São Paulo e Miami, nos Estados Unidos.
Apesar de os jatos executivos serem o sonho de consumo de milionários e bilionários brasileiros, um modelo tem se destacado entre os mais utilizados no país: os turboélices. Esses modelos se tornaram a escolha preferida principalmente no setor agropecuário, devido à sua capacidade de pousar em praticamente qualquer tipo de pista.
“Quem compra um avião é para fazer negócios. O setor do agronegócio precisa percorrer grandes distâncias com rapidez, e nem todas as propriedades possuem pistas pavimentadas”, explica Flavio Pires, CEO da Abag.
O setor de aviação executiva no Brasil segue em expansão, com uma frota crescente, enquanto o mercado internacional também mostra sinais de recuperação e otimismo. O cenário atual, impulsionado por fatores como a isenção de tarifas e o forte desempenho de empresas do setor, como a Tam Aviação Executiva, demonstra que a aviação no Brasil continua voando alto, mesmo em tempos desafiadores.
Com a demanda crescente por mobilidade de alto nível e o setor se modernizando constantemente, é certo que o futuro da aviação executiva no Brasil será ainda mais promissor. O país ultrapassou recentemente a marca de 1.000 jatos executivos, com um aumento de cerca de 17% na frota apenas nos últimos 12 meses. Um número que deve crescer ainda mais nos próximos anos.