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As transformações na centenária Loewe por Jonathan Anderson

Além de uma contribuição marcante em questão de estilo, Anderson trouxe resultados monetários positivos para a LVMH

Jonathan Anderson: diretor criativo da Loewe sai da marca espanhola após 11 anos (Pascal Le Segretain/Getty Images)

Jonathan Anderson: diretor criativo da Loewe sai da marca espanhola após 11 anos (Pascal Le Segretain/Getty Images)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 17 de março de 2025 às 16h13.

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Após a saída de Donatella Versace da marca que leva seu sobrenome e a entrada de Demna Gvsalia na Gucci, mais um anúncio de mudanças aconteceu. Desta vez, é Jonathan Anderson que está de saída da Loewe, pondo fim em uma década de inovação e transformações significativas para a marca espanhola.

O anúncio não é uma surpresa, já que indícios claros apareceram desde a ausência de um desfile masculino em julho e um longo silêncio de Anderson em suas redes sociais, interrompido recentemente por uma retrospectiva de seus melhores momentos na Loewe.

Além de uma contribuição marcante em questão de estilo, Anderson trouxe resultados monetários positivos para a LVMH, com mais de 2 bilhões de euro em receitas anuais com coleções e acessórios.

Durante sua gestão, Anderson trouxe à Loewe uma estética sofisticada, que mesclava elementos abstratos e sensuais, mas seu diferencial foi a capacidade de criar uma verdadeira "marca cultural", conforme ele mesmo descrevia, com colaborações com artistas como Anthea Hamilton e a inserção da marca no universo cinematográfico, como no filme Challengers, de Luca Guadagnino.

Anderson também trouxe uma valorização e modernização do artesanato com o Loewe Craft Prize e os projetos para o Salone del Mobile de Milão.

 Salone del Mobile de Milão: luminária da marca espanhola Loewe. (Divulgação/Divulgação)

Segundo o Business of Fashion, tudo indica que Anderson deve ocupar o cargo de Maria Grazia, na Dior. Já a dupla da Proenza Schouler é cotada para o cargo na Loewe. No entanto, o substituto de Anderson terá o desafio de manter o legado de uma marca que cresceu não só em termos financeiros, mas também em prestígio e relevância no cenário global da moda.

O futuro da alta cúpula da LVMH

A LVMH proporá em sua assembleia geral anual aumentar a idade de aposentadoria do CEO de 80 para 85 anos, permitindo que Bernard Arnault, o homem mais rico da Europa, de 76, permaneça no comando da maior empresa de artigos de luxo do mundo por mais tempo.

Na assembleia geral de 17 de abril, os acionistas terão que votar esta alteração aos estatutos "para harmonizar os limites de idade do presidente do conselho de administração e do gerente geral para levá-los a oitenta e cinco anos", de acordo com o boletim de anúncios legais obrigatórios.

O limite para CEO já havia sido elevado para 80 anos em 2022. Com fortuna estimada pelo ranking em tempo real da Forbes em US$ 173,6 bilhões (R$ 1 trilhão, na cotação atual), Bernard Arnault não nomeou um sucessor. Os cinco filhos do quinto mais rico do mundo trabalham para o grupo, e quatro deles fazem parte do conselho de administração.

Os filhos de Bernard Arnault e o futuro da LVMH

Delphine Arnault, de 49 anos, a mais velha dos irmãos, é CEO da Dior e membro do comitê executivo da LVMH. Antoine Arnault, de 47, é presidente da Berluti e responsável pela imagem e política ambiental da LVMH. Ele também é CEO e vice-presidente do Conselho de Administração da holding Christian Dior SE, que controla a LVMH.

Já Alexandre Arnault, de 33, é vice-CEO da Moët Hennessy, que reúne as marcas de champanhe, vinho e destilados do grupo. E Frédéric Arnault, de 30, foi nomeado CEO da Loro Piana na quarta-feira. Ele assumirá o cargo em 10 de junho. Atualmente, ele é CEO da divisão de relógios da LVMH.

Por sua vez, Jean Arnault, o caçula de 27, é diretor de marketing e desenvolvimento de relógios da Louis Vuitton. Ele é o único que não está no conselho de administração. "Ele tem tempo, é jovem", disse seu pai em janeiro de 2024.

Em julho de 2022, Bernard Arnault perpetuou o controle familiar do luxo LVMH com a reorganização da holding Agache em uma sociedade limitada. A família Arnault detém 49% do capital da LVMH e 64,81% dos direitos de voto. Em 2024, a LVMH alcançou um lucro líquido de 12,55 bilhões de euros e um faturamento de 84,7 bilhões de euros.

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