Marrom-alaranjado é a cor de outro modelo novo da Boss Menswear, feito de gabardine de algodão elástico (R$ 4.870) (Hugo Boss/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 6 de junho de 2019 às 05h00.
Última atualização em 10 de junho de 2019 às 09h04.
São Paulo - Em março deste ano, o banco Goldman Sachs deu o que falar ao informar seus funcionários que agora eles só precisam se vestir “de uma maneira que seja consistente com as expectativas de seus clientes”. Isso significa que o dress code na sisuda instituição financeira não é mais sinônimo de terno dia sim, dia também. É uma tendência replicada em outras companhias renomadas - e uma notícia excelente para a vestimenta, que para muita gente deixou de ser sinônimo de uniforme de trabalho.
Se agora é opcional, o terno ficou livre para ganhar versões variadas - o desafio dos estilistas é seduzir aqueles que pretendem continuar vestindo ternos porque querem. “Agora você encontra todas as formas no mercado: amplos, ajustados, curtos, alongados, clássicos e esportivos”, enumera o editor de moda Marcelo Barbosa, do site “M Journal”. “Os pilares da moda estão ruindo e ela passa por um processo de reinvenção. Por isso, as velhas regras não fazem mais sentido”. Com a ajuda dele, elencamos os códigos que regem o uso da vestimenta - embora talvez não haja mais código nenhum.
Quem ainda usa gravata, para começo de conversa? O acessório caiu em desuso na mesma velocidade que a popularidade da maioria de nossos políticos despencou. Ok, um fenômeno não tem nenhuma relação com o outro. Mas já reparou como muitos deles não se deixam mais fotografar com o colarinho engravatado? Acreditam que sem o acessório são vistos pela população como pessoas mais próximas. Talvez funcione. Pelo sim, pelo não, resta um alento para os fãs do acessório: recorrer ao terno e à gravata agora pode ser uma forma de não ser confundido com um político.
Outra consideração: sobreposições de estampas são cada vez mais bem-vindas. A combinação de camisa listrada com gravata estampada, aliada a um terno liso, já virou clássica. A novidade é combinar as duas primeiras com um costume com estampa xadrez como um lançamento de lã virgem da grife Hugo Menswear (R$ 4.870). Para quem for tentar a combinação, recomenda-se optar por peças com paleta de cores complementares.
Os tecidos e as cores aceitos também mudaram. Blazer de veludo preto, calça slim da mesma cor, camisa estampada e um par de botas Chelsea, de preferência marrom. Combinações como essa, que remete a décadas passadas, são cada vez mais recorrentes. “Parece que os homens atuais começam a mostrar que gostam de uma certa opulência, e querem atrair mais atenção”, opina Marcelo Barbosa. Se antes as únicas cores possíveis eram o preto e o cinza, hoje trabalha-se com vasta paleta - marrom-alaranjado é a cor de outro modelo novo da Boss Menswear, feito de gabardine de algodão elástico (R$ 4.870). “O que se vê com mais frequência atualmente são ternos com tecidos decorados, brocados, bordados e até drapeados”, completa Barbosa. Talvez até mesmo no Goldman Sachs.