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As lições sobre vinho da Master Sommelier Andrea Robinson

Considerada uma das principais especialistas em vinhos do mundo, Andrea explica como funciona a escolha da bebida a bordo de aviões e em terra firme


	Sabor que sentimos do vinho fica alterado em grandes altitudes, por isso, é importante escolher o rótulo ideal para tomar no avião
 (REUTERS/Emmanuel Foudrot)

Sabor que sentimos do vinho fica alterado em grandes altitudes, por isso, é importante escolher o rótulo ideal para tomar no avião (REUTERS/Emmanuel Foudrot)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 17h14.

São Paulo – Em um bom serviço de bordo de avião, é difícil encontrar um vinho de uvas chardonnay ou cabernet sauvignon. Em geral, é mais provável encontrar aqueles feitos com uvas pinot noir ou merlot. A Master Sommelier Andrea Robinson (uma das 18 mulheres no mundo a conquistar este posto) afirma que nada disso é por acaso.

Ela trabalha há cinco anos na seleção de vinhos servidos nos voos da companhia aérea americana Delta e explica que há toda uma ciência por trás da escolha dos rótulos para serem consumidos nas alturas. A seguir, você confere algumas lições dadas por ela sobre degustação da bebida em grandes altitudes e em terra firme.

O gosto do vinho nunca é igual dentro do avião

“Nos aviões, é preciso escolher vinhos equilibrados, mas com intensidade, porque os sentidos – paladar e olfato – podem ficar alterados pela menor pressão e pelo fato de os aromas se dissiparem rapidamente”, afirma.

Essa mudança no organismo das pessoas, que deixa as vias aéreas mais secas, também impacta na maneira como elas sentem a textura da bebida. Por isso, os líquidos muito secos não são uma boa opção nos voos. Segundo Andrea, os produtos feitos na Espanha e na América do Sul são os melhores para essas ocasiões.

Em regra, nenhum vinho será apreciado dentro de um avião com o mesmo sabor sentido em solo, mas os tintos de uva pinot noir são uma exceção, por serem mais constantes. “O triste é que, como a maioria dos produtores é de pequeno porte, fica difícil servir esse tipo”, diz. Como a companhia faz estoques para durar três meses, são necessárias sete mil caixas (com 12 garrafas, cada) para esse período, o que excede a capacidade das pequenas vinícolas.

Nem todo vinho melhora com o tempo

Quem conhece vinhos, mas não é profissional da área, pode incorrer nesse equívoco comum, de acordo com Andrea. A crença de que uma garrafa velha é sempre melhor não é uma regra absoluta e, segundo ela, é possível até mesmo acontecer o contrário. “Ele pode passar do ponto”, afirma.

Nem sempre o vinho mais caro é o melhor

Em sua carreira de 16 anos como sommelier, Andrea provou que o preço alto não é sinônimo de qualidade. Ela citou como exemplo um rótulo americano chamado Charles Shaw, que, por custar 1,99 dólar na Califórnia, ficou conhecido como “Two Buck Chuck” (Chuck é o apelido para Charles). De acordo com ela, apesar do preço baixo, o vinho era realmente bom.

Outro exemplo que ilustra a teoria é o Toro Loco Tempranillo, que, em 2012, recebeu um prêmio na Inglaterra, mesmo custando apenas 3,59 libras. No Brasil, ele foi importado e vendido por 25 reais.

Os vinhos brasileiros têm potencial

Apesar de nunca ter escolhido um vinho brasileiro para servir a bordo de um avião da Delta, Andrea tem planos de fazer uma seleção de rótulos para essa finalidade. Para ela, a produção da bebida no Brasil tem grande potencial e apresenta boa qualidade. “O Brasil atualmente é como eram o Chile e a Argentina 15 anos atrás. Todos são muito respeitáveis”, diz. Em um restaurante no Rio de Janeiro, ela experimentou uma carta de vinhos de pequenos produtores muito bons, mas, entre as marcas maiores, o destaque foi para os da vinícola Casa Valduga.

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