Avião: Voopter é a primeira brasileira a fazer parte da lista (ipopba/Thinkstock)
Júlia Lewgoy
Publicado em 3 de outubro de 2018 às 13h54.
Conseguir trabalhar no avião é, na maioria das vezes, uma utopia. Mesmo quando o cenário é ideal e o wi-fi funciona, muitos fatores, desde os colegas passageiros até ajustes na rota, podem fazer sua sorte desaparecer rapidamente.
A Traveloka, aplicativo líder em reservas de viagens no Sudeste Asiático, acaba de concluir uma pesquisa abrangente sobre empresas aéreas abertas à tecnologia, classificando 50 aéreas internacionais com base na disponibilidade, na velocidade, no custo e em outros recursos de conectividade do wi-fi, como tomadas e portas USB. Segundo as conclusões, as três principais empresas aéreas que priorizam a eficiência durante o voo são a Qatar, a Emirates e a Delta, em ordem decrescente.
Mas o resultado deve ser considerado com cautela.
Para começar, a metodologia da empresa se concentrou apenas nas 50 maiores empresas aéreas do mundo, classificadas pela consultoria SkyTrax, cuja lista anual -- embora autoritária -- omite empresas aéreas voltadas à tecnologia, como a United, com base em outros fatores, como pontualidade e simpatia dos funcionários. E embora algumas operadoras que compõem a lista, como a JetBlue Airways (nº 5), ofereçam wi-fi de forma consistente na maior parte de suas frotas, outras, como a Eva Air (nº 10), têm wi-fi apenas em metade dos aviões. Segundo um porta-voz da Traveloka, tirando essas limitações, a pesquisa oferece uma imagem precisa do “melhor cenário” de cada uma dessas empresas.
Analisando os dados de cada um dos vencedores da Traveloka, surgem ainda mais complexidades. Por um lado, pode-se notar que a British Airways (nº 4) oferece o serviço mais rápido do top 10, de 20Mbps. Emirates (nº 2), Etihad (nº 9) e Eva, em contrapartida, estão abaixo dos 2Mbps. Isso não é bom, considerando que o cliente paga mais de US$ 14 por hora com a esperança de poder apagar um incêndio do escritório.
Por essa razão, a Routehappy by ATPCO, uma empresa de dados da aviação que monitora os serviços de bordo de cada aeronave e cabine individualmente, revisou nesta semana a maneira de apresentar seus relatórios sobre o assunto.
“As empresas aéreas não têm mais opção -- oferecer wi-fi é uma necessidade competitiva. A dúvida é o que se pode esperar do wi-fi, e não se você terá acesso”, diz Jason Rabinowitz, diretor da empresa para pesquisas sobre empresas aéreas.
Agora, quando se pesquisa voos em mecanismos como Skyscanner ou Hipmunk -- cujas classificações de todo tipo, desde refeições até espaço para as pernas, são oferecidas pela Routehappy --, é possível observar novas categorizações para o serviço de wi-fi. Elas indicarão se a qualidade do serviço é suficiente apenas para verificar os e-mails, se suporta pesquisas básicas na internet, se permite uma navegação mais rápida ou até mesmo se possibilita streaming de vídeo em serviços como Netflix. (O recurso será lançado gradualmente em vários mecanismos de busca de parceiras da Routehappy nos próximos meses.)
Há motivos para otimismo. “As empresas aéreas estão fazendo tantos investimentos em sistemas wi-fi de última geração atualmente que é quase impossível acompanhar”, diz Rabinowitz. “Estão sendo lançados novos satélites, os novos sistemas têm capacidade maior e os déficits de conectividade estão sendo resolvidos.”