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Artista chinês inaugura exposição fotográfica em Berlim com vídeomensagem

Ai Weiwei cumpre prisão domiciliar em Pequim. Na exposição, são 226 fotos tiradas em Nova York

O artista ficou preso por mais de 80 dias, o que levantou uma onda de protestos ao redor do mundo (Getty Images)

O artista ficou preso por mais de 80 dias, o que levantou uma onda de protestos ao redor do mundo (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2011 às 21h06.

Berlim - Através de uma mensagem de vídeo gravada em Pequim, onde cumpre prisão domiciliar, o artista e dissidente chinês Ai Weiwei inaugurou nesta sexta-feira sua exposição em Berlim, que apresenta 226 fotos das mais de 10 mil imagens que o artista capturou durante os dez anos em que viveu em Nova York.

'Olá, sou Ai Weiwei e estou muito feliz que minha exposição possa ser apresentada em Berlim. Queria estar aí, mas não posso. Espero que todos aproveitem a mostra. Até logo', disse o artista em sua breve mensagem gravada no jardim de sua casa e projetada na capital alemã durante uma apresentação prévia à inauguração.

Nascido em 1957, o artista viveu em Nova York entre 1983 e 1993, quando ainda não era famoso, em um minúsculo apartamento no bairro de East Village, em Manhattan.

Weiwei era membro ativo da comunidade de artistas e intelectuais chineses em seu bairro, muitos deles bem conhecidos atualmente na China. Os artistas que foram visitar Weiwei acabaram imortalizados por sua câmera.


'Ai Weiwei era um homem jovem, que tinha saído da restrita Pequim para respirar o ar da liberdade em Nova York', explicou durante a apresentação Gereon Sievernich, diretor do Martin-Gropius-Bau, o museu que recebe a exposição.

Sievernich, que lamentou não poder contar com a presença do artista, destacou que 'a exposição conta com curadoria de Weiwei e foi posta em cena por ele próprio e, por isso, é uma obra de arte como um todo'.

As fotografias da mostra, que pôde ser vista pela primeira vez em Pequim, em 2009, e posteriormente em Nova York, permaneceram durante anos esquecidas em velhas caixas de papelão, a maioria em forma de negativo.

Segundo o diretor do museu berlinense, as fotos são documentos únicos surgidos durante uma época cultural e politicamente agitada, captados pelo olhar de um artista procedente da China.


A temática das imagens, todas em preto e branco, é bem diversa, apresentando desde brigas no Tompkins Square Park e travestis no festival Wigstock até pessoas sem-teto em Bowery, além dos famosos retratos de artistas, intelectuais e amigos chineses e americanos.

Segundo Sievernich, 'o público se reencontrará nas imagens da mostra, que incluem inúmeras fotos dele mesmo encenadas de forma muito interessante. Afinal, o humor sarcástico caracteriza o trabalho do artista chinês'.

Além disso, o diretor do museu lembrou que Ai Weiwei já foi nomeado como a pessoa mais influente no mundo da arte em uma lista elaborada anualmente pela revista britânica 'Art Review', que inclui também galeristas, críticos e teóricos da arte, além de empresas do setor.

O redator chefe da publicação, Mark Rappolt, justificou a nomeação com o argumento de que 'Ai Weiwei é um exemplo de que a arte pode superar os muros das galerias e chegar ao mundo real'.


A China, por sua vez, rejeitou a distinção ao dissidente com o argumento que o mesmo esconde motivos políticos.

O desaparecimento de Weiwei em abril provocou a indignação de Governos ocidentais e de defensores dos direitos humanos, que condenaram sua detenção e a de outras centenas de dissidentes. Por sinal, o artista está em regime de prisão domiciliar.

A exposição, que será aberta ao público neste sábado, e ficará no Martin-Gropius-Bau até 18 de março de 2012. EFE

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