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Aqui, impedir a vinda de turistas era a única maneira de sobreviver

O Conselho Empresarial Tribal da Nação Blackfeet fechou as entradas do leste do parque, que ficam na Reserva Indígena Blackfeet, em um esforço para proteger a tribo de mais exposição ao coronavírus

Paisagem da reserva indígena Blackfeet (Tailyr Irvine/The New York Times)

Paisagem da reserva indígena Blackfeet (Tailyr Irvine/The New York Times)

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Daniel Salles

Publicado em 1 de abril de 2021 às 15h24.

St. Mary, Montana – Em uma temporada regular de primavera em St. Mary, os trailers viriam para os mais de 150 locais com vistas lindíssimas do Parque Nacional Glacier. Os campings começariam a encher. As cozinhas preparariam sopa caseira e pão.

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Porém, no ano passado, tudo estava tranquilo neste destino turístico no canto norte de Montana, onde a Reserva Blackfeet encontra o Parque Nacional Glacier. Tinha de ser assim.

O Conselho Empresarial Tribal da Nação Blackfeet fechou as entradas do leste do parque, que ficam na Reserva Indígena Blackfeet, em um esforço para proteger a tribo de mais exposição ao coronavírus. A pandemia, que devastou comunidades indígenas em todo o país, teve grande impacto sobre a Nação Blackfeet e os indígenas em Montana. Na reserva, onde vivem menos de dez mil pessoas, dezenas morreram em decorrência do vírus. Em todo o estado, os nativos-americanos compõem um terço das mais de 1.400 mortes por Covid de Montana, de acordo com o departamento estadual de saúde pública, apesar de serem apenas sete por cento da população.

Jennie Walter, membro da tribo Blackfeet (Tailyr Irvine/The New York Times)

Nathan St. Goddard, membro da nação blackfeet que dirige o hotel e restaurante Johnson's of St. Mary, espera uma temporada melhor este ano. Em 17 de março, o conselho votou pela permissão de abertura – com as taxas de vacinação de pessoas elegíveis na reserva chegando a quase 95 por cento. "A melhor parte do meu negócio é sua história. Meus avós e minha mãe o administraram, e quero manter o legado."

Os cerca de 30 negócios locais dependem dos visitantes do Parque Nacional Glacier, e os proprietários passaram o ano com seu meio de subsistência abalado, em parte, pela prioridade do conselho: manter todos tão saudáveis quanto possível. "Perdemos pessoas. Não queríamos perder mais", explicou o presidente do conselho empresarial, Timothy Davis, em uma reunião em fevereiro.

Houve, no entanto, outras perdas. Em maio passado, Jennie Walter, dona da Rising Sun Pizza em St. Mary, postou um vídeo no Facebook implorando ao conselho que reabrisse: "Por favor, olhe para nós. Venha nos conhecer. Somos um negócio pequeno e altivo e precisamos de sua ajuda."

À espera de turistas (Tailyr Irvine/The New York Times)

Segundo St. Goddard, no longo ano de 2020 todos saíram perdendo. "Arrisquei passar uma imagem de insensível para ganhar dinheiro, o que não é verdade. Eu só queria abrir em segurança e alimentar minha família."

Agora que o conselho liberou a entrada, os empresários se preparam para a temporada de primavera e a de verão, cautelosamente otimistas, acreditando que as taxas de infecção por coronavírus permanecerão baixas o suficiente para que haja segurança.

E, como disse Stephen Conway, membro da nação blackfeet que dirige o Heart of Glacier RV Park, seu canto do mundo pode ser particularmente atraente agora: "Os visitantes vêm para cá para fugir das multidões e das pessoas."

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