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Após alta, Pelé diz que não teve medo de morrer

Ex-jogador revelou que, mesmo internado, não deixou de acompanhar futebol e que se emocionou com luta do Palmeiras contra rebaixamento no Campeonato Brasileiro


	Pelé: "Na Olimpíada podem jogar três profissionais e eu sou um deles"
 (Germano Lüders/EXAME)

Pelé: "Na Olimpíada podem jogar três profissionais e eu sou um deles" (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 14h26.

São Paulo - Pelé, 74 anos, teve alta do Hospital Albert Einstein nesta terça-feira depois de ficar internado durante 16 dias.

O ex-jogador teve uma infecção urinária, que se agravou para um quadro inflamatório no corpo inteiro, de acordo com os médicos, e precisou ser levado à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), onde permaneceu por seis dias.

O Rei do Futebol chegou ao auditório do hospital para falar com os jornalistas acompanhado da namorada Márcia Aoki com dificuldades para andar, mancando, mas mostrou bom humor.

Antes mesmo de começar a entrevista, brincou com os jornalistas dizendo que tinha olhos verdes. Depois, no entanto, falou sério e admitiu que o susto foi grande.

"Foi uma surpresa. Eu tive alguns calafrios, mas era coisa que já tinha sentido outras vezes e não sabia que poderia ser uma infecção. Pensei que ia passar logo, mas não foi como eu esperava. Fiquei preocupado, mas não fiquei com medo de morrer porque sou um homem de Três Corações", disse em referência à sua cidade natal, em Minas Gerais.

Quando ainda era jogador, Pelé retirou um dos rins. Com o único rim que lhe restou com as funções prejudicadas por causa da infecção, o ex-jogador teve de passar por um tratamento de hemodiálise, que consiste na utilização de um aparelho para filtrar o sangue.

Pelé ainda apresentou um quadro de "instabilidade clínica" e também teve de tomar remédios para combater a bactéria que causou a infecção e controlar a pressão arterial.

"Tive uma fratura por causa de um joelhada que levei quando jogava no Santos. Subi para cabecear, quebrei a 12ª vértebra e perfurei um rim. Fiz tratamento, passei pomada, mas pelos contratos do Santos, eu, Zito e Pepe tínhamos de jogar sempre. Aí, quando estava no Cosmos, comecei a sentir febre e o médico me disse que eu estava jogando com um rim só porque o outro não funcionava, então operei em Nova York", contou.

Pelé vai permanecer alguns dias em São Paulo antes de voltar para a sua casa, no Guarujá.

De acordo com o médico Fabio Nasri, o ex-jogador será monitorado de perto nos próximos dias.

"Ele, como todo paciente de 74 anos, vai passar por um período de reabilitação. Com ele ficou muito tempo deitado, perdeu massa muscular. Por isso, vai ficar um pouco de molho, cerca de uma semana, dez dias, e depois vai fazer fisioterapia e passar por reavaliações", disse.

O Rei do Futebol revelou que, mesmo internado, não deixou de acompanhar o futebol e que se emocionou com a luta do Palmeiras contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

"Esse negócio do Palmeiras me emocionou muito. Ver a torcida, as crianças chorando e do outro lado o Cruzeiro fazendo a festa. Como é a vida, uns fazendo festa e outros chorando."

Para se distrair durante o período em que esteve hospitalizado, Pelé também compôs músicas, uma das suas paixões.

"Comecei a escrever umas letras. Fiz uma que é segredo para a Olimpíada. O violão foi meu passatempo", disse.

Ao final da entrevista, o Rei do Futebol voltou a mostrar bom humor.

"Na Olimpíada podem jogar três profissionais e eu sou um deles". Pelé saiu do auditório caminhando, mas depois deixou o hospital de cadeiras de rodas.

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