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Ao comemorar o fim da pandemia, Miami Beach estende estado de emergência

Todos os anos as multidões que se reúnem na ilha são problemáticas, mas desta vez parece ser muito maior do que o normal, desde 3 de fevereiro, 80 armas foram apreendidas, e 1.000 prisões feitas

Grupo de jovens dança no teto de carros em Miami Beach, quando entra em vigor um toque de recolher para conter a multidão de turistas. (AFP/AFP Photo)

Grupo de jovens dança no teto de carros em Miami Beach, quando entra em vigor um toque de recolher para conter a multidão de turistas. (AFP/AFP Photo)

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Julia Storch

Publicado em 22 de março de 2021 às 14h30.

Última atualização em 22 de março de 2021 às 14h48.

A cidade de Miami Beach estendeu até abril o estado de emergência, devido à incontrolável multidão de turistas que comemoram o que entendem como o fim da pandemia nos Estados Unidos em uma festa caótica que já deixou 1.000 presos.

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No domingo, 21, os comissários autorizaram o administrador interino Raúl Aguila a estender o estado de emergência até 13 de abril, quando terminam as férias de primavera, que todos os anos atrai milhares de estudantes a esta pequena ilha na costa de Miami, no sul da Flórida. "O administrador tem autoridade para estender o estado de emergência, se necessário, até 13 de abril", disse à AFP uma porta-voz da cidade nesta segunda-feira.

Todos os anos as multidões que se reúnem na ilha são problemáticas, mas desta vez parece ser muito maior do que o normal, algo que o prefeito de Miami Beach, Dan Gelber, atribui ao fato de os turistas que buscam fugir das restrições impostas pela pandemia não terem muitas outras opções.

"Há poucos lugares abertos no resto do país, ou são muito frios, ou estão fechados e também são muito frios", disse o prefeito no sábado. Ele também especulou que os preços dos hotéis e passagens aéreas, ambos reduzidos pela pandemia, e o fato de muitos virem de carro de estados vizinhos, contribuíram para esse caos. "Estes não são nossos veranistas habituais", disse Aguila.

Vídeos e fotos nas redes sociais mostram mulheres seminuas rebolando nos tetos dos carros, homens oferecendo a elas maços de notas e uma multidão de turistas amontoados, dançando sobre os carros, passando garrafas de mão em mão; além de debandadas, brigas, tiros para o alto e confrontos com policiais. 

Desde 3 de fevereiro, 80 armas foram apreendidas, e 1.000 prisões, feitas — 350 delas por crimes graves, informa o decreto da cidade. Por isso, no sábado, Águila impôs toque de recolher noturno nas ruas mais turísticas de South Beach, epicentro da festa em Miami Beach, e ordenou o fechamento das três pontes que ligam a ilha a Miami das 22h às 6h. Essas medidas, que valem de quinta a segunda-feira, não são fáceis de implementar.

Nas noites de sábado e domingo, circularam imagens de dezenas de carros da polícia tentando dispersar multidões de foliões, às vezes disparando spray de pimenta.

Enquanto isso, as pontes — às quais apenas moradores, trabalhadores e hóspedes de hotel têm acesso à noite — registravam filas intermináveis, devido à lentidão dos controles. Alguns moradores demoraram horas para percorrer um trecho de 10 minutos.

A ilha de apenas 92.000 habitantes atrai 200.000 visitantes e trabalhadores todos os dias, disse Gelber na semana passada.

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