Casual

Antes de abrir japonês 2 estrelas, brasileiro se isolou em templo budista

A trajetória de Edson Yamashita, sushiman do Ryo Gastronomia, que ostenta agora no guia Michelin a mesma cotação que o D.O.M., de Alex Atala

O chef Edson Yamashita, do estrelado Ryo (Divulgação/Divulgação)

O chef Edson Yamashita, do estrelado Ryo (Divulgação/Divulgação)

DS

Daniel Salles

Publicado em 2 de outubro de 2020 às 12h51.

Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 19h19.

Premiado na semana passada com duas estrelas Michelin, o restaurante Ryo Gastronomia funciona desde 2016 no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Antes de abri-lo, o chef Edson Yamashita se exilou por um mês em um templo budista, a Catedral Nikkyoji, na Vila Mariana. Ex-titular do Aze Sushi, também no Itaim, e do incensado Shin-Zushi, no Paraíso, pertencente à família dele, o cozinheiro julgou indispensável um período de introspecção antes de dar início ao novo negócio. “Precisava de um retiro espiritual antes de voltar à ativa”, justificou à época, na qual se converteu ao budismo.

Foi na modesta cozinha do templo budista que ele concebeu o sofisticado cardápio do Ryo Gastronomia, que ganhou sua primeira estrela Michelin em 2018. É na secular culinária Kaiseki que Yamashita aposta. Ela privilegia ingredientes sazonais e porções pequenas, para degustar sem pressa. É a mesmíssima gastronomia promovida por restaurantes japoneses mundialmente famosos, caso do N/Naka, em Los Angeles, e do Kitcho, em Kyoto.

A delicadeza dos sashimis do Ryo Gastronomia (Divulgação/Divulgação)

Depois de uma reforma, no fim de 2018, o Ryo voltou à ativa com proposta e atendimento mais personalizados. Agora dispõe só de um balcão com oito lugares — e por isso segue fechado desde o início da quarentena (como promover distanciamento com essa configuração?). O jeito é saborear as iguarias duplamente estreladas por meio do delivery.

A opção mais em conta é o Tokujo (150 reais, nove unidades), uma caixa de sushis que variam conforme os peixes mais frescos do dia. Inclui o tamagoyaki (a omelete) e seis tekka-makis, os enrolados de atum. O Bara Tirashi (180 reais) combina arroz, peixes variados, polvo, camarão, vieira, nacos do tamagoyaki, shiitake cozido no shoyu, rabanete e outros ingredientes. O zeitaku don (290 reais) junta atum batido com cebolinha, ouriço do mar e ovas de salmão. O restaurante é parceiro do iFood, mas também vende para quem se dispor a retirar o pedido.

Cozinheiro capricha na estética minimalista (Divulgação/Divulgação)

Promovido a duas estrelas Michelin, o Ryo Gastronomia se igualou ao D.O.M., de Alex Atala, e ao carioca Oro, do chef Felipe Bronze. Outra casa que ganhou a segunda estrela foi o Oteque, também no Rio de Janeiro, do cozinheiro Alberto Landgraf. Com a mesma cotação na última edição do guia, o Tuju, do chef Ivan Ralston, encerrou as atividades, até segunda ordem, e reabriu como Tujuína, com proposta diferente.

Confira os principais destaques do novo Michelin brasileiro

Conquistaram 2 estrelas:
Ryo (SP)
Oteque (RJ)

Mantiveram 2 estrelas:
D.O.M. (SP)
Oro (RJ)

Receita do Ryo Gastronomia: duas estrelas Michelin (Divulgação/Divulgação)

Mantiveram 1 estrela:

SÃO PAULO
Evvai
Huto
Jun Sakamoto
Kan Suke
Kinoshita
Maní
Picchi

RIO DE JANEIRO

Cipriani
Lasai
Mee

Perderam estrela:
Kosushi (SP)
Tangará Jean-Georges (SP)
Olympe (RJ)

Entraram na categoria Bib Gourmand (bom e barato):
​AE! Cozinha (SP)
Ama.zo (SP)
Banzeiro (SP)
Cepa (SP)
Charco (SP)
Kith 2º Andar (SP)
Nit (SP)
Più Iguatemi (SP)
Didier (RJ)
Maria e o Boi (RJ)

Acompanhe tudo sobre:GastronomiaMichelinRestaurantes

Mais de Casual

4 estradas incríveis no Brasil para testar carros em diferentes tipos de terreno

Xiaomi venderá carros elétricos fora da China nos próximos anos, diz CEO

Alvaro Gutierrez, country manager da Intimissimi, aproveita o tempo livre em cavalgadas pelo mundo

‘Anora’ faz história no Oscar ao vencer Melhor Filme e mais 4 categorias