ProWine 2025: veja as tendências do setor de vinhos neste ano (Yulia Naumenko/Getty Images)
Repórter de Casual
Publicado em 2 de outubro de 2025 às 11h16.
O mercado brasileiro de vinho pode até não ser o maior ou o mais tradicional do mundo, mas chegou a um novo patamar nos últimos anos. Só em 2024, foram R$ 19,35 bilhões em faturamento com a comercialização da bebida no Brasil — e a tendência é que esse número seja ainda maior em 2025.
Prova disso é a presença de marcas brasileiras na ProWine 2025, maior feira do setor da América Latina: são 227 neste ano, aumento de 15% em relação a 2024.
"O crescimento é uma mistura do bom trabalho de divulgação das vinícolas e do amadurecimento do setor", diz Malu Sevieri, diretora da feira. "As vinícolas tão mais maduras, as vinhas estão ficando mais velhas, o que influencia na qualidade do vinho. O modo de produção melhorou, evoluiu, e isso tem sido reconhecido pelo consumidor. É um ótimo momento para o mercado de vinhos no Brasil".
O evento, que acontece entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro em São Paulo, espera receber mais de 15 mil visitantes e movimentar até R$ 500 milhões em negócios até o fim de 2025, vindos de 1.500 marcas expositoras de 36 países. O impacto da feira é tão relevante que, em apenas três meses, pode responder por 5% de todo o faturamento anual do setor.
No ano passado, o país registrou um aumento de 10% no valor das importações de vinhos, passando de US$ 468,8 milhões para mais de US$ 518 milhões, segundo a Ideal.Bi. No mesmo período, as importações da América Latina cresceram 8%, o que reforça o apelo da região entre os exportadores internacionais, sobretudo diante da queda de consumo na Europa, dos desafios enfrentados na Ásia e da estabilidade do mercado norte-americano.
Para a edição deste ano, a ProWine destaca os vinhos brancos como a principal preferência do consumidor brasileiro. E diferente do que se acredita, a escolha não está relacionada somente ao frescor do produto, mas também e principalmente à qualidade da produção brasileira e a facilidade de harmonização.
"Existe uma percepção do consumidor que o vinho branco é mais leve, mesmo que ele tenha o mesmo teor alcoólico que o vinho tinto na maior parte das vezes. Ele também é mais fácil de harmonizar, e as vinícolas têm melhorado o processo de produção", completa Malu.
Desde a pandemia, o mercado de vinhos brancos representam entre 22 e 23% das vendas de vinho no Brasil, volume de aproximadamente 100 a 105 milhões de litros por ano. A tendência vem sobretudo por parte dos consumidores mais jovens e urbanos, que impulsionam a demanda por vinhos leves, espumantes e brancos, com menor teor alcoólico e proposta descomplicada.
Entre os destaques na feira, estão o Garden Spritz da Chandon, o Rio Valley Frisante Prosecco — primeiro prosecco do Nordeste — e os espumantes Maria Valduga Nature e 130 D.O.V.V, premiados e produzidos na Serra Gaúcha.
Para além dos vinhos brancos, a ProWine também destaca a tendência dos vinhos zero álcool ou com baixo teor alcoólico, que ganham cada vez mais espaço.
Dados da pesquisa da IWSR mostram que a categoria de bebidas sem álcool no mundo deve crescer 7% ao ano até 2028 — um total de U$ 4 bilhões no mercado de bebidas. Entre 2022 e 2024, quase 61 milhões de pessoas se tornaram consumidores.
"Vai durar? Não sei dizer. Mas vejo que existe uma parte do mercado que queria um produto desse. Temos no Brasil uma concentração enorme de pessoas evangélicas que não consomem álcool, mas que com essa opção, agora vão consumir vinho", comenta Malu. "A geração saúde também anda evitando álcool em alguns momentos da vida. Essa opção de bebida tem o seu mercado."
Novos lançamentos incluem o BeLow da Amitié, o Live Zero Dry Rosé da Ponto Nero e os vinhos Torres Natureo 0,0, elaborados com técnicas inovadoras.
A ProWine termina nesta quinta-feira, 2 de outubro. Está aberta à visitação no Expo Center Norte das das 12h às 19h.