Angelina Jolie: com o pedido, atriz amplia seus esforços internacionais em prol dos direitos das mulheres (Luke MacGregor/Reuters)
Reuters
Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 17h44.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2018 às 17h46.
BRUXELAS (Reuters) - Angelina Jolie, enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, pediu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para ajudar a deter o uso da violência sexual como arma de guerra, ampliando seus esforços internacionais em prol dos direitos das mulheres.
A estrela de Hollywood, que no início desta semana visitou um campo de refugiados sírios na Jordânia, fez o apelo ao Conselho do Atlântico Norte, o organismo decisório da aliança liderada pelos Estados Unidos e sediada em Bruxelas, e mais tarde se encontrou com comandantes militares da Otan.
"A violência contra mulheres e crianças, particularmente a violência sexual, é um elemento cada vez mais presente nos conflitos", disse Jolie em uma coletiva de imprensa na sede da Otan ao lado do secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg.
"Trata-se de estupro usado como uma arma para alcançar objetivos militares ou políticos. Isso afeta homens e meninos, além de mulheres e meninas", afirmou a atriz.
A Otan, que conta com 29 membros e tem missões desde o Kosovo até o Afeganistão, concordou em auxiliar a relatar casos de violência sexual em guerras para ajudar a levar os perpetradores à justiça e questionar a ideia de que o estupro é um aspecto inevitável dos conflitos.
Angelina Jolie, mãe de seis crianças que no ano passado lançou o filme "First They Killed My Father", que trata do regime do Khmer Vermelho no Camboja nos anos 1970, disse ter conhecido vítimas da violência sexual em conflitos e que está tentando ser uma voz para elas.
A atriz destacou o drama dos refugiados rohingyas em fuga da violência em Mianmar e o que descreveu como a reação inadequada de muitos governos de todo o mundo.
"Estou muito preocupada com os rohingyas, estou muito revoltada com a resposta... estou muito preocupada com as histórias de meninas de 10 anos sendo estupradas", disse.
"Todos nós devíamos nos envergonhar pelo pouco que temos sido capazes de fazer", acrescentou. (Por Robin Emmott)