Casual

Amy Winehouse pode ter morrido de abstinência, diz especialista

Falta de drogas no exame toxicológico da cantora apontam outras causas para o falecimento

A abstinência de drogas, segundo especialista, pode ter causado crises de convulsão em Amy Winehouse (Getty Images)

A abstinência de drogas, segundo especialista, pode ter causado crises de convulsão em Amy Winehouse (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2011 às 07h49.

São Paulo - Logo após a morte da britânica Amy Winehouse, em 23 de julho passado, teorias sobre as causas do óbito começaram a aparecer. Além da tese óbvia de uma overdose de drogas, havia a possibilidade, levantada pela família, de a cantora ter morrido por abstinência de álcool – ela teria decidido cortar a bebida radicalmente e não aos poucos, como recomendara um médico. A tese ganhou força nesta terça-feira, quando o porta-voz da família, Chris Goodman, divulgou os resultados do exame toxicológico feito no sangue e no tecido da cantora. Segundo o comunicado, não foram encontrados vestígios de droga no organismo de Amy, apenas álcool em quantidade insuficiente para causar a morte, que permanece inexplicada. De acordo com o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, é raro, mas a abstinência pode matar.

“Durante a abstinência, a pressão pode aumentar, a pessoa pode ter taquicardia, tremores, ficar ansiosa, suar frio”, diz Andrade. “O grau máximo da abstinência é chamado de delirium tremens, em que o paciente passa a ter crises convulsivas.” O Delirium tremens pode ocorrer quando uma pessoa interrompe o consumo de álcool depois de beber por muito tempo. A falta de alimentação também pode agravar a situação. Segundo o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, é mais comum em pessoas que tomam entre 4 e 5 doses de vinho ou até oito doses de cerveja por dia - durante vários meses. De acordo com Ana Cecília Marques, da Associação Brasileira do Estudo do Álcool e Outras Drogas, em torno de 5% dos pacientes podem desenvolver essa síndrome de abstinência grave.

Entre os sintomas, os pacientes podem sentir medo, sofrer alucinações, convulsões, dores no peito, febre e vômito. Em geral, esses sinais aparecem a partir de 72 horas após a retirada total do álcool do organismo. Estudos sugerem, porém, que eles podem ocorrer entre 7 e 10 dias após a última dose ingerida. Depois desse período, os sintomas pioraram progressivamente. “Quando essas pessoas param de beber, acontece um ‘caos químico’ no sistema nervoso central. Além de alucinações e convulsões, o paciente também apresenta alterações no sistema cardiovascular e no sistema respiratório”, diz Ana Cecília Marques. “Antes, o cérebro do paciente havia desenvolvido uma tolerância ao álcool. Sem ele, tudo deixa de funcionar como deveria. A pessoa pode morrer por falência.”

Arthur Guerra de Andrade explica que, em casos de crise de abstinência séria, o paciente deve procurar um serviço de emergência, onde será atendido numa Unidade de Terapia Intensiva que tratará os sintomas com medicamentos anticonvulsivos, calmantes, entre outros. Sem a ajuda de um médico, segundo Ana Cecília Marques, dificilmente o paciente sobrevive.

Para quem deseja parar de beber, os médicos indicam a interrupção total da bebida alcóolica. A decisão, porém, deve ser acompanhada de perto por um especialista, capaz de controlar sintomas de uma possível complicação, como é o caso da síndrome de abstinência grave. O pai de Amy, Mitch Winehouse, disse que sua filha lutava contra o álcool havia anos e, quando morreu, estava completando três semanas sem beber. O resultado do inquérito sobre a morte da cantora britânica deve ser conhecido no dia 26 de outubro.

Acompanhe tudo sobre:Amy WinehouseCelebridadesDrogasSaúde

Mais de Casual

Megane E-Tech: elétrico da Renault é eleito o carro mais bonito entre R$ 150 mil e R$ 300 mil

Os 5 melhores filmes e séries para maratonar no fim de semana

5 perguntas essenciais para evitar problemas ao reservar acomodações online

Casio lança anel-relógio em comemoração aos 50 anos do 1º modelo digital