Gisele Bündchen é a nova Conselheira de Projetos Ambientais e Comunitários da IWC Schaffhausen. (IWC Schaffhausen/Divulgação)
Julia Storch
Publicado em 26 de julho de 2022 às 06h00.
De sua sala de estar nos Hamptons, nos Estados Unidos, Gisele Bündchen ingressa na entrevista por vídeo gesticulando e mostrando o pulso adornado com um relógio da IWC Schaffhausen e o motivo da conversa: sua entrada como Conselheira de Projetos Ambientais e Comunitários da marca suíça. "Este relógio é o meu favorito. É um Pilot Watch Chronograph 41, que tem essa pulseira sustentável que é basicamente composta por plantas, pó de cortiça, corantes minerais e borracha natural certificada”, diz a modelo brasileira.
Ainda que, desde 2009 atue como Embaixadora da Boa Vontade do Programa Ambiental das Nações Unidas, em prol de causas que defendem a biodiversidade e a vida selvagem, e tenha sido homenageada pela Universidade de Harvard e pela UCLA por seu compromisso de longa data com as questões ambientais, Gisele prefere que usem outro termo para defini-la.
“Acho engraçado quando as pessoas me chamam de ativista. Não gosto muito da palavra ativista. Eu prefiro a palavra ‘amante da natureza’ porque é quem eu sou. Eu sou apenas uma pessoa que tenta aprender e tenta fazer o melhor com o que eu aprendo e quaisquer recursos que eu tenha. Como posso ter um impacto positivo da melhor maneira em todas as áreas que consigo atingir?”, comenta.
Um dos maiores motivos que atraíram Bündchen para trabalhar com a marca são os projetos da IWC em prol da sustentabilidade, feitos há mais de uma década. Dentre os quais, a certificação de que o ouro e a platina usados em sua cadeia de suprimentos são totalmente rastreáveis e de origem responsável e a compra de energia 100% renovável globalmente.
"Eu amo que eles estão realmente focados em tentar mudar toda a cadeia e se questionando como podem fazer melhor em todas as diferentes áreas. Isso é muito inspirador. É isso que tento fazer como pessoa. Como posso ser a melhor versão de mim mesma todos os dias?", questiona.
Do outro lado, Gisele trará sua experiência com essas causas e sua paixão por proteger o planeta para os projetos de sustentabilidade da IWC e os apoiará para identificar iniciativas para trabalhar no futuro.
“Fiquei muito impressionada quando soube da intenção e do propósito deles como empresa, porque acho que isso é realmente o mais importante. Se você tem um propósito muito claro e todo mundo se junta para fazer isso acontecer, é assim que você faz as coisas seguirem em frente. E quando você tem esse propósito, transparência, responsabilidade, circularidade, quantas empresas realmente fazem isso, sabe o que estou dizendo? E eu sinto que para ter transparência, ter algo em que você possa ser completamente aberto sobre suas fontes, é muito raro, porque você tem que assumir a responsabilidade de como você está fazendo algo. Acredito que esse é o caminho do futuro. Todos nós precisamos fazer isso", comenta.
Sobre os propósitos mencionados por Bündchen, a IWC anunciou uma publicação anual de seu relatório de sustentabilidade, a fim de aumentar a transparência e orientar outras empresas a seguirem por caminhos semelhantes.
Dentre as expectativas do novo cargo, Bündchen espera compartilhar seus conhecimentos na área. "E o que espero fazer trabalhando com a IWC não é apenas aprender com o que eles vêm fazendo nas áreas social e ambiental, essa é minha grande área de interesse, mas também compartilhar com eles o que aprendi nestes 20 anos que venho percorrendo o mundo e aprendendo sobre essas coisas. A ideia é unir forças para ver como podemos expandir isso e depois comunicar e compartilhar com o maior número possível de pessoas e empresas", explica.
No início dos anos 2000, Bündchen passou a se interessar pela pauta socioambiental e ao longo do tempo, passou a selecionar empresas que tem ações enfáticas em prol do tema para se associar. Quando questionada sobre quais fatores considera para iniciar os trabalhos, ela diz que a primeira pergunta que faz é: ‘qual é a política socioambiental deles?’.
"Porque é muito importante e eles não estão separados. Nós somos a natureza. Então, social e ambiental andam de mãos dadas, porque estão conectados. Quando eles me chamaram para ser embaixadora, eu apenas fiz a primeira pergunta. ‘Qual é a sua política socioambiental?’ Às vezes as empresas focam em uma ou outra área, mas eles estão realmente pensando de forma ampla, o que eu acho muito importante, e estão sempre buscando melhorar. Me apresentaram uma lista enorme de todas as coisas diferentes que estavam fazendo. Fiquei impressionada e realmente me senti inspirada. E disse que gostaria de ajudá-los a espalhar esta mensagem. Porque eu não sabia disso, e há grandes chances de que as pessoas também não saibam. Vejo que eles têm a transparência como seu objetivo número um, e ter isso como código aberto para que as pessoas possam ir atrás também. Acho que isso é sempre positivo", comenta.
Porém, mesmo recém apresentada às políticas socioambientais da IWC, a marca suíça está presente na vida da modelo há alguns anos. Em casa, seu marido Tom Brady também é embaixador da IWC desde 2019. Mas, Bündchen comenta que não houve nenhuma influência do atleta para o seu ingresso como conselheira.
Quando conheceu o marido, à época com 29 anos, a brasileira queria fazer algo especial para marcar a terceira década de vida do namorado. "Porque quando você pensa que vai fazer 30 anos, 40 anos é um momento muito especial, né? Quero dizer, é como uma marca na sua história", diz.
"Mas eu não sabia o que fazer e o que dar para ele, porque ele tinha de tudo. Então pensei 'por que não um relógio?', e fui a uma loja em Nova York. Mas eu não sabia muito sobre relógios. Eu entrei e disse, ‘meu namorado está fazendo 30 anos e eu quero dar a ele algo especial’, então eles me mostraram o relógio IWC. O que é engraçado é que eu estava comprando um IWC muito antes dele sequer se envolver com a marca".
Talvez a escolha do presente tenha sido aleatória mas, para a modelo, não há coincidências na vida e tudo acontece por um motivo. "Ele nunca me influenciou a fazer parte disso, mas quando a IWC me ligou, ele disse, ‘Esse é o primeiro relógio que você me deu’. Eu fiquei tipo, isso é tão curioso. Isso já faz uns 15 anos. Mas o que me motivou a ingressar na empresa foi o comprometimento que eles têm com transparência e com fazer tudo da melhor forma possível. Não era sobre o meu marido. Era sobre realmente ver o quanto eles estão comprometidos com algo que é tão importante para mim e ver como eu poderia somar de alguma forma para potencializar essa mensagem e também aprender com eles e compartilhar o que eu sei", finaliza.