Casual

Alice in Chains toca com o instinto de outra era do Rock

Veteranos de Seattle desferiram uma hora de peso torpe sobre a multidão do festival

Mike Inez, da banda Alice in Chains, durante apresentação no festival de música Rock in Rio, nesta quinta-feira (Ricardo Moraes/Reuters)

Mike Inez, da banda Alice in Chains, durante apresentação no festival de música Rock in Rio, nesta quinta-feira (Ricardo Moraes/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 10h01.

Rio - Se existiam dúvidas quanto à recuperação do Alice in Chains, elas foram respondidas prontamente, às 22h de quinta-feira, 19, com os primeiros grunhidos da guitarra de Jerry Cantrell na Cidade do Rock.

Sob a liderança do herói do grunge, os veteranos de Seattle desferiram uma hora de peso torpe sobre a multidão do festival. De forma lenta, confiante e viscosa, ressuscitaram e ao mesmo tempo enterraram Layne Staley, o cantor cuja morte, por overdose, é um fantasma para os músicos do grupo desde 2002.

O show pertence à turnê do disco The Devil Put Dinossaurs Here, e de fato este abraço à condição de espécie extinta (velhos são os tempos em que bandas deste quilate protagonizaram uma narrativa tão influente), faz do Alice in Chains um peça rara.

Tocam com a mesma intensidade, recriando o instinto destrutivo que envolve os riffs de discos como Facelift, mas por não tentarem reviver os tempos de Seattle, se desprendem da nostalgia geralmente associada a turnês de bandas com mais de vinte anos de estrada. Chegam assim, a um patamar de show ao vivo no nível de Pearl Jam, seus colegas mais famosos, e menos amaldiçoados, do grunge.

É curioso notar que, mesmo no tempo de Layne Staley, o maestro da banda sempre foi Cantrell. Assim, a presença do substituto William Duvall não é uma aberração, e resulta na fiel reconstrução dos trejeitos da banda. Entre eles, estão as etéreas harmonias vocais dividas por Cantrell e Duvall. Pairam hipnóticas sobre o peso da banda, adicionando um toque de religiosidade ao som.

A dupla entre o baixista Mike Inez e o baterista Sean Kinney, juntos há 20 anos, também merece respeito pela sincronia telepática com que forma a cama para Cantrell. Este, aparentemente ainda em seu auge, acabou por roubar a cena com uma feroz execução de riffs que deixam claro, em um festival deste tamanho, o quanto o metal ainda é a arma mais eficaz para fazer o público tremer em suas bases.

Acompanhe tudo sobre:ArteEntretenimentoIndústria da músicaMúsicaRockRock in RioShows-de-música

Mais de Casual

Quanto custa viajar para Tóquio?

Emar Batalha e Giuliana Romano lançam coleção cápsula para o Dia das Mães com causa social

Os 39 melhores restaurantes de São Paulo segundo ranking EXAME Casual 2025

Com veterano da marinha, "Tempo de Guerra" revive momento trágico do conflito entre EUA e Iraque