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Além da moda: Reserva lança linha de acessórios que vai de perfume a vinho

A linha Life Basics terá ainda produtos eletrônicos, cerveja e artigos para pets, e deve gerar uma receita de R$ 100 milhões por ano

Perfume da Reserva: extensaõ da marca fora do mundo da moda (Reserva/Divulgação)

Perfume da Reserva: extensaõ da marca fora do mundo da moda (Reserva/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 4 de novembro de 2022 às 11h16.

Última atualização em 4 de novembro de 2022 às 11h23.

A Reserva está dividida hoje em oito linhas: a Reserva propriamente dita, a Reversa (moda feminina), a Reserva Go (calçados), Reserva Mini (infantil), Oficina Reserva (linha casual chique), Simples (moda básica), Reserva Ink (customização de peças) e a Unbrand (produtos de luxo). Cada uma tem um perfil, mas todas com uma característica em comum: são do segmento da moda.

Até agora. A marca, que desde outubro de 2020 pertence ao grupo Arezzo, lança agora uma linha de acessórios variados chamada Life Basics. A ideia é estender a identidade das peças de vestuário para outros momentos e situações, diz Pedro Cardoso, diretor de inovações da Reserva. "É o olhar da Reserva sobre outros momentos da vida, complementares ao ato de se vestir.”

A Life Basics já lançou snacks e óculos escuros. Nos próximos meses devem chegar ao mercado artigos como produtos para pets, cerveja, vinhos, eletroeletrônicos, mesa e banho, mobiliário e cosméticos, todos com o logotipo do pica pau. Os lançamentos são feitos com empresas parceiras, algumas em joint venture e outras com licenciamento de marca.

O licenciamento de marca é uma forma de dar acesso a novos consumidores. Em muitos casos torna-se uma fonte de receita importante. Os precursores desse modelo nos anos 1970 foram os estilistas Pierre Cardin e Roy Halston – este último inspirou uma ótima série na Netflix. No Brasil, Alexandre Herchcovitch chegou a licenciar dezenas de artigos, de isqueiros a toalhas.

A Reserva quer agora usar seu bom momento para impulsionar a marca. Segundo Cardoso, o potencial de receita dos principais produtos é de 100 milhões de reais ao ano. A receita no segundo trimestre do ano da Ar&Co, braço da Arezzo que engloba as marcas de moda, foi de 251 milhões de reais (o resultado do terceiro trimestre será divulgado na semana que vem).

Pedro Cardoso contou com exclusividade para a Casual Exame detalhes sobre a nova linha.

Qual o propósito da Reserva com essa nova linha de acessórios?

Vínhamos observando a possibilidade de extensão da marca Reserva para outras categorias de produto muito orientados por duas coisas. Uma é estar presente em outros momentos e situações da vida do nosso cliente, de lazer, esporte, em casa, alimentação, para além da moda. O segundo é a capacidade de conseguir assinar bem esses produtos, fazer uma curadoria bem feita de produtos bons, que façam sentido.

Que produtos estão previstos dentro dessa nova linha? Começamos por óculos, muito ligado a moda, mas é uma categoria gigantesca. Estamos fazendo gadgets eletrônicos, de capa de celular a caixas de som. Uma coleção pet, para cachorros e gatos. Algumas outras coisas estão previstas para o ano que vem, como cosméticos. Temos snacks, teremos café, vinho, cerveja, papelaria, vitaminas e suplementos, materiais esportivos como raquete de beach tênis. Móveis, casa e decoração vão demorar um pouco mais.

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Qual será a próxima categoria?

Para este ano teremos gadgets e eletrônicos em parceria com a Cellairis. Para março do ano que vem teremos os produtos de pets, com guia, roupas, capa de chuva, potes de comida, tapete, brinquedos de borracha. Os snacks vão estar no Pão de Açúcar, nas gôndolas dos supermercados. Estamos olhando com muito carinho para o setor de alimentação porque quando olhamos para o mundo, para os próximos anos, vamos ter de nos debruçar sobre isso, para uma alimentação diferente. A categoria Reserva Fruits traz snacks de frutas liofilizadas feitos em um processo que garante a conservação sem adição de nenhum aditivo químico Depois teremos carrinho de bebê, berço, mochila canguru, cadeirinha para o carro, em parceria com a Safety 1st, que no Brasil é representada pela Dorel Juvenile, também para o primeiro semestre.

Que outros parceiros vocês terão?

Com a maioria estamos em conversas. Com vinhos estamos falando com dois possíveis parceiros, em cerveja com outro. Em produtos para pets estamos com a Petlove. Esportivos estamos falando com quem tem uma gama completa de produtos, precisamos ter esse cuidado para ter um mix mínimo. Operacionalmente isso facilita a gestão.

Snack da Reserva

Snack da Reserva: aposta em alimentos saudáveis (Reserva)

Onde os produtos da linha estarão à venda?

Muitos produtos são lançados em formato de licenciamento, onde nosso parceiro também vende, ou joint venture, em que montamos uma empresa com o parceiro. Em todos os casos está prevista a venda em lojas de ramo. No caso de óculos em óticas, produtos de pets estarão em lojas do ramo., e por aí vai.

Quantas categorias de produtos estão previstas?

A ideia é lançar uma categoria a cada dois meses. Snacks foram lançados em julho, óculos em outubro, eletrônicos chegarão em dezembro.

Qual é a receita prevista com a linha Life Basics?

Nossa finalidade é estar presente na vida de nosso cliente em outros momentos. É claro que uma ampliação de receita é uma consequência natural. Algumas dessas categorias são muito estratégicas em termos de receita. Estamos falando de óculos, cosméticos e pets. Uma estimativa de tamanho de receita dessas categorias é de 100 milhões de reais por ano. Em outras categorias temos consciência de que será uma construção mais demorada. Podem vir a ser grandes fontes de receita, mas sabemos que não vai ser uma explosão. Uma marca de moda consegue transportar seus valores, sua identidade, mais facilmente para algumas categorias, como perfumaria e ótica, do que outras. Naturalmente colocaremos um pouco mais de força nessas categorias.

Que valores a Reserva quer passar para outros produtos? A marca é conhecida pela irreverência, por exemplo.

A irreverência da marca é um traço, mas isso foi sendo modificado com o tempo, nosso cliente foi passando por um processo de amadurecimento. Coisas que fazíamos dez anos atrás já não fazemos mais, até do ponto de vista da estética. Temos uma irreverência, uma pimenta em um ou outro produto, mas passamos a ser mais sofisticados, mais cosmopolitas, uma marca essencialmente urbana.

Já havia o plano de lançar uma linha de acessórios ou isso veio com a aquisição pelo grupo Arezzo?

Já era uma ideia, até um pouco antiga, mas tínhamos outros negócios que precisavam de força. A Reserva Go era um deles. A linha precisava crescer, precisávamos ter foco. Quando maturamos essas categorias passamos a olhar para as extensões. Lá fora as marcas de moda conseguem fazer isso bem feito, muito por licenciamento. Algumas são essencialmente detentoras de uma propriedade intelectual, com um guideline estético, e são boas em se conectar a parceiros que por sua vez estão treinados para isso.

Quais são os próximos mercados a serem explorados?

É preciso fazer com cuidado, não adianta querer abrir um leque monumental de opções. Procuramos em geral parceiros que construam produtos com os mesmos critérios de atenção que nós. Não existe uma pressa na ampliação do mix. Queremos entrar nesses segmentos que eu comentei, mas não queremos vender produtos que você não compraria para si mesmo. Mas tem muito produto em potencial. Hoje temos 12 categorias mapeadas, mas estamos abertos a conversas.

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